Uma juventude, uma escola e uma paixão calada
Por volta de 1999, eles se conhecem dentro de uma escola: de um lado ele, comunicativo, bem-humorado e super popular. Do outro lado ela, tímida, vinda de uma natureza mais delicada do que se pode imaginar e mais doce que açúcar. A partir da primeira vez em que se veem, algo estranho passa a tomar conta: o frio na barriga, o brilho excessivo no olhar e o nervosismo de tremer as mãos. Eles sabem que alguma coisa está acontecendo, apesar de nunca sequer terem trocado uma palavra. As outras pessoas ao redor sentem um cheiro de paixão no ar, e o sorriso que vem só pelo nome de algum dos dois ser proferido pela chamada do professor não é em vão. Os círculos de amizades são completamente diferentes, a postura dela é muito formal, enquanto a dele é espontânea. Ela ama viajar para lugares frios e nevosos para vestir um sobretudo bem quente, já ele gosta dos verões para ir para uma praia lotada e passear na areia de boné e óculos escuros. Ele é descaradamente engraçado em quase qualquer situação, enquanto ela é extremamente discreta e só sorri para as pessoas com a boca fechada. Enfim, talvez tantas personalidades no mundo mais semelhantes eles poderiam encontrar e se apaixonar. Porém, os opostos se atraem. O ditado popular é mais verdadeiro do que se imagina nessa situação. Ele não faz ideia de como ele pode se aproximar de uma menina como ela, e ela não imagina como conseguiria chamar a sua atenção. Os sentimentos são gritantes, mas o silêncio da falta de palavras os inibem de modo que nada é demonstrado diretamente. A falta de iniciativa os proíbem de viver uma narrativa cinematográfica na vida real e de transformar o sentimento adolescente em um amor sem medo. Só é preciso um passo adiante.