O CONTO DA PRINCESA CINDERELA
O CONTO DA PRINCESA CINDERELA
CAPITULO I
Nesta madrugada fria de início de agosto, onde o clima está confuso, embora seja inverno, já estamos no inicio de primavera, as datas não são tão marcantes assim, já era para o frio ter dissipado, afinal as plantas já estão brotando, algumas arvores já estão florindo, as mangueiras estão repletas de flores já maduras virando manguinhas e como floriram este ano, resultado de chuvas propicias nas horas certas, é certo que que as flores das paineiras que são comuns em maio atrasaram e ainda estão brilhando nas colinas e vales e é certo que as flores dos ipês ainda não vieram.
Eu que não sou Dom Elder Câmara, mas que durmo pouco e quase sempre acordo de madrugada para trabalhar e as vezes rabiscar um mal português de literatura, tinha que nesta madrugada fria levantar pensando na cinderela, expressão usada pela Cida.
Aparecida que com certeza não apareceu, pois veio sempre conhecida de família importante, veio dos Toledo Oliveira, mais precisamente do Cristiano, que foi grande fazendeiro na região, veio dos Oliveira, que foram donos da maior Sesmaria ao norte do Jaguari, destas terras abençoada de Nossa Senhora da Conceição do Jaguari, se não a décima vila, cidade da maior província da América, que ia de São Vicente ao sertão infinito, até o Amazonas, até cuba, e até o extremo sul do continente no final do Uruguai,
Cuiabá fundado pelos Domingues, pelos Maciel em 1660, Domingues e Maciel que já estavam aqui no Brasil deste a descoberta, parentes de João Ramalho.
Tudo isto logo ali no tempo, logo no começo do Império do Pau Brasil.
Cuiabá que teve os irmãos Maciel com a maior quantidade de ouro da História do Brasil, que só o quinto devido a coroa, representava quase vinte arroba de ouro; Maciel que eram a esta época gente ruim, procurados pela justiça por ter namorado filhas de Barões na capital da província sem se casar; mas com esta quantidade de ouro tinha que ser atraído a qualquer custo para a capital da província.
A população brasileira desta época era pouca, desta imensa província da América também eram poucas, tanto que pelos idos de 1800, a capital não tinha vinte mil habitantes, e esta décima cidade tinha quase doze mil habitantes.
Não tinha dito mas a Cinderela também era neta de Nico Maciel, dos Maciel que vieram fazendo proezas deste o início do Império, vinham colonizando este imenso continente.
Maciel, que se tornaram no percurso do tempo Maciel Leme, que vieram de Taubaté, para Mogi Guaçu nos idos de 1700, com Antônio Maciel Leme, que vieram para esta região ocupar a Sesmaria ao Sul do Jaguari como o Sargento Mor, que se tornou Capitão ..............., e é desta ascendência que também veio Nico Maciel.
É lógico, que estes Macieis, geraram Barão Justo Domingues Maciel, que fundou Baependi, que empresário das aguas de Caxambu, Barão este que passou pelas fazendas do Sul do Jaguari, com a fazenda Roseta do Lopo, atual Vargem-SP, mas como colonizadores que somos, teve que ir mais longe e desbravar a região de Baependi para lá montar outra fazenda Roseta e fundar a cidade de Baependi, terra da Dona Chica.
Vejam a cinderela não apareceu do nada, seus antepassados eram príncipes e princesas, desta colônia, deste império, foram Bandeirantes, desbravadores e donos de áreas que são maiores que muitos países, mas a vida não dá um castelo a cada pessoa e alguns com o tempo tem que morar fora dos castelos, contudo nos sobe e desce da vida, alguns destronados, voltam ao trono as vezes na forma de cinderela.
Cida que veio dos príncipes era então uma cidadã comum, com um família que não vivia de renda e sim de trabalho, que tinha que trabalhar desde já a tenra idade, e tinha que trabalhar para uma grande Estatal de aguas, a maior do Estado, do pais, talvez do mundo.
E na época de virar Cinderela, esta estatal estava a executar um projeto concebido há mais de meio século de abastecer a capital da província com as aguas de nossos ancestrais do citado Jaguari, fazendo do então Rio, que daquela grande província que dívida no século XVII a esta época tinha se tornado rio federal, pois percorria dois estados, Minas e São Paulo e aqui em nossa região, em nossa cidade, foi construída a maior transposição de agua potável do mundo o “complexo Cantareira”, para abastecer então a capital da antiga província, hoje capital desta grande Estado brasileira, que representa cinquenta por cento da economia do pais continental.
A função da então cinderela era a de recepcionista, muitos podem achar que é a de uma secretária que atende telefone para passar para alguém mais importante, mas nesta companhia era a função de quem falava pela empresa, que sabia todos os meandros da empresa, que intermediava toda a conversa entre os cidadãos e a empresa, era a pessoa que falava pela empresa como porta voz, era a pessoa de frente, era a pessoa que sabia das coisas, era a pessoa que era vista como se fosse a empresa.
Era certo que por de traz tinha todo um Staff, que outros funcionários importantes, como desenhistas, engenheiros projetistas, executores e diretores, estes que comandavam a empresa gigante.
Todos tinha que passar pela recepção, todos tinham que conhecer a recepcionista que era a porta de frente da empresa, ninguém tinha acesso a empresa se não passasse pela recepcionista e esta a futura cinderela.
Foi então nesta época que a destronada princesa das grandes fazendas que pareciam países, autorizou o Diretor da gigante Estatal acesso ao interior do escritório regional.
A princesa cinderela, que então não vestia e não tinha aparência de princesa, lógico que era alguém especial, alguém que era notada, alguém que era uma grande relações públicas, afinal era alguém que estava à frente da gigante Estatal, não era à toa que ali estava, se estava ali, porque tinha sido escolhida a dedo para aquela função pela capacidade de poder representar a empresa nesta grande função de contato.
Assim ocorreu o primeiro contato no estreito corredor da vida de uma recepção tinha que a cinderela, princesa destronada conhecer o Diretor, Diretor este com relação abalada, com uma família incompleta, que apesar de já ter dois filhos pequenos tinha que mantê-los sob cuidados de serviçais, pois seu lar não era uma castelo de felicidade, pois era um trono abalado.
Assim estava o Diretor sonhando um dia encontrar uma cinderela em cada moça com potencial que via pela estrada da vida e neste corredor estreito de uma recepção tinha que ver aquela moça sorridente, com grande empatia, conversadeira com grande sorriso, que abria não só as portas do escritório regional ao grande diretor, mas a porteira da felicidade do resto da vida, pessoa que iria então no futuro, ser a senhora do lar, a rainha do lar, pessoa que iria criar seus filhos como verdadeiros príncipes no grande castelo familiar da capital da província, que iria encaminha-los para os seus devidos lugares de importância na sociedade paulistana, sociedade esta que sua avó setima geração do passado era a anfitriã do conhecimento, que era professora e empresária da escola mais importante.
Um diretor de uma gigante Estatal também não surge do nada, tem que ter berço, tem que ter ascendência de alguém importante no seio da comunidade, tem que vir de pessoas que ensinou as pessoas mais importantes do Estado, de Juízes, desembargadores, secretários e governo, tem que ser pessoas que já mimou todo o poder estatal.