Rubia
Quando Rubia olhou no mais profundo "eu" de Carlos, ela respirou aliviada. Ele não era quem ela achava que fosse, era um humano normal. Com uma vasta lista de segredos e pecados feitos. Bem, pecados esses que ela sabia que não eram. Havia tantos erros e tantas vitórias em cada palavra proferida por Carlos que Rubia preferiu pedi-lo em casamento logo antes que ele pudesse lhe escapar por entre seus charmes e se encantar nos braços de outra mulher.
Rubia tinha um carinho enorme por Carlos, mas a mesma não sabia se era por causa dos seus erros ou por ele não se ofender e carregar otimismo em seu coração. Ou melhor, bastava ele chegar com seu sorriso costumeiro e abraçá-la que a mesma desmaiava de amor.
“Oi, meu anjo, como vai?”
Suas pernas viravam gelatinas, seu peito pulava como pipoca e seu corpo fervia de saudades. Rubia encontrou em Carlos aquilo que ela já havia desistido de procurar. Ela encontrou o que os filmes diziam sobre aparecer O alguém que destruirá todos os sentidos possíveis.
Carlos era e ainda é o amor que sempre almejou ter de um rapaz.
A única coisa ruim de tudo era que no final da tarde, quando se despediam, um pedaço do coração de Rubia ia com Carlos e com isso a saudades só aumentava a cada dia na ânsia de vê-lo. Pode parecer que é imaginação de garota com seus 12 anos, mas Rubia levava a cada palavra, cada sentimento, cada sorriso e cada carinho com uma responsabilidade enorme no coração. A responsabilidade de cuidar muito bem de cada dengo lhe transmitida e da pessoa que sorrir quando a vê.
Mal sabe Carlos que ele tem mais um Anjinho da Guarda em sua cola.