PARTE 02
Quando acendíamos a luz era para nos vermos arfantes e ver as gotículas de suor que faziam nossas peles brilharem e onde eu via toda sua beleza que me encantava, no corpo dourado pelo sol de Ipanema e via o brilho de seus dentes brancos na boca vermelha que ria, se fechava e sorria para depois juntando os lábios como se fosse soprar uma chama, deixar escapar o sussurro... Eu quero de novo e aí como dois animais, ou como dois inimigos nos atirávamos um ao outro, em abraços e mordidas, em beijos, nos lambendo sentindo o gosto do prazer, e o cheiro do pecado.
Nunca ficávamos saciados, antes de terminar nossa fome chegava a hora de sair do motel. Acendia a luz e via minha cara redonda no espelho, era uma cara redonda feliz, uma noite eu vi também dois filetes que pareciam de prata que saiam dos meus olhos e escorriam pelo rosto, levantei-me e fui ao banheiro, abri a ducha e desmanchei aqueles filetes de lágrimas que pareciam prata, pois: “ homem não chora, nem de felicidade”
Nunca ficávamos saciados, antes de terminar nossa fome chegava a hora de sair do motel. Acendia a luz e via minha cara redonda no espelho, era uma cara redonda feliz, uma noite eu vi também dois filetes que pareciam de prata que saiam dos meus olhos e escorriam pelo rosto, levantei-me e fui ao banheiro, abri a ducha e desmanchei aqueles filetes de lágrimas que pareciam prata, pois: “ homem não chora, nem de felicidade”