Fantasias de Joselito. Parte II

Os dias foram passando e aquela decepção amorosa de Joselito fora posta de lado. De uma certa forma, graças à presença de Prazeres, na verdade o que houve é que Joselito trocara uma decepção amorosa por uma paixão, que nem se quer sabia se seria correspondida ou não por Prazeres. O fato é que Maria Dos Prazeres agora era uma mulher feita, belíssima e chamava a atenção por onde passava, ou seja, agora Prazeres estava na condição de superioridade, era ela quem podia escolher, afinal tinha a seus pés o homem que ela quisesse, pois linda como era despertava a cobiça de todos.

E como toda cobiça aguça o orgulho, desperta a soberba, também despertou em Prazeres a luxúria, e ela que antes era uma menina, simples humilde e recatada agora freqüentava as altas rodas da boemia da cidade em busca de desfrutar de tudo que sua beleza lhe podia oferecer. Curtia a noite ao lado dos mais badalados playboys desfilando em seus carrões preocupada em viver só o hoje, o agora, sem pensar no amanhã, e Joselito apesar de também freqüentar tais ambientes, por um motivo ou outro nem sempre estava presente, e se estava nunca era no mesmo grupo que Maria Dos Prazeres e observava de longe a mulher que ele no passado esnobava agora se perdendo em noites tórridas de bebedeiras e orgias, e aquela menina doce e pura se tornara uma mulher que coloca o prazer pessoal e carnal acima de qualquer sentimento.

Porém em um dia desses de depressão repentina e passageira Maria Dos Prazeres estava sentada em uma mesa sozinha fazendo sabe se lá o que era a oportunidade perfeita para que Joselito se aproximasse dela.

Que conversa boa os dois puderam falar de seus medos, seus fantasma, suas dores, e seus desejos mais profundos. Num longo e difícil tempo de conversa os dois finalmente disseram um para o outro do desejo guardado em seus corações de se darem um para o outro em amor eterno, e deixarem para trás toda aquela agitação da noite, da balada, da vida noturna, e selaram esse momento com um longo e ardente beijo apaixonado. Para comemorarem um novo tempo, um novo momento em suas vidas que acabara de nascer a partir daquela conversa aberta, franca e direta os dois decidiram ir até um antigo local de encontro deles no passado quando ainda eram crianças, onde se encontravam para brincar, porquê aquele local tinha uma lembrança nostálgica dos bons tempos da infância para os dois. Então Joselito pegou seu carro e Maria dos prazeres agora sua namorada sentara no banco do carona bem à sua direita como deveria ser. E então os dois iniciaram o trajeto que não era muito longo, porém a estrada era bem sinuosa, e eis que numa dessas curvas da estrada o destino dos dois estava selado. Uma carreta graneleira carregada, vinha em alta velocidade e chocara de frente com o carro de Joselito ceifando assim a vida dos dois. Que apesar de tantos percalços tiveram seus breves momentos de felicidade um ao lado do outro.