A-prender você
Mario gostava de Clara. Ele gostava de sua alma, de seu sorriso, de suas ideias mirabolantes e totalmente imprevisíveis. Ele não acreditava em reencarnação, mas sempre imaginou estar ao lado de Clara em todos os momentos possíveis que um ser humano de peito devastado e machucado como ele podia.
Não era amor, era algo mais importante, mais significativo. Quando Mario permitiu que Clara pudesse olhar no mais profundo verde esmeralda de seus olhos, ah… Aquilo foi o mais íntimo explorado por eles. Dizem que se você encontrar sua alma gêmea, aquela destinada a você, suas mãos podem se encaixar da forma mais perfeita.
Mas Mario não acreditava em destino.
Ele acreditava que Clara era um ser inexistente. Não de “Nossa, que perfeita!”, mas do modo mais simples possível.
- É você. - ele disse para Clara. - É só você. Eu posso ter sido de outras, mas é de você que meu coração balança e minha cabeça lateja em só de ouvir o seu nome.
- Isso pode ser dor de cabeça.
- Não é. - ele sorriu, segurando a mão dela. - Se fosse dor de cabeça, eu só precisaria tomar algum remédio. Mas quando eu digo que é você, é porque é você.
- Você está louco.
- Quando estou com você, sou quem eu mais gostaria de ser e não tenho medo de mostrar para você o verdadeiro Mario. Porque se houver apenas uma Clara para um Mario nesta vida miserável, com toda certeza, é você. - Clara sorriu desconcertante.
- Só precisava ter dito que me ama, nada demais, Mario.
- É aí que está o problema. Porque você me bagunça, me arrumar depois e me deixa confortável ao mesmo tempo. Eu só precisei te amar de longe para depois te amar de perto. Eu só precisei aprender você sem te prender comigo.
- Casa comigo.
Mario riu alto, jogando a cabeça para trás, mas balançou a cabeça.
- Caso.
Mario casou-se com Clara.