UM TÍMIDO AMOR

Luana deixou a sala de aula meio confusa, recebera uma mensagem pelo zap de Fábio, um rapaz tímido que mal conseguia lhe dirigir algumas palavras para demonstrar o quanto gostava dela. Ele era de outra classe e ela sabia do seu prazer quando a via, porém não tinha coragem de cortejá-la, de tentar uma aproximação, de dizer algo para que ela pudesse, pelo menos, decidir. Luana guardava para si um desejo, uma vontade também de poder aceitar essa aproximação com Fábio por considerá-lo um rapaz calmo e estudioso, temia não lograr êxito nisso, não sabia ela que o mesmo acontecia com ele. Na mensagem Fábio apenas de lhe dera um "bom dia" e desejara sorte na prova que acabara de fazer. Luana apenas agradeceu.

   Kléber viu quando Luana descia as escadas da entrada principal da escola, ele também estudava ali e era mais audacioso, cortejava ela sem nenhum receio de ser atrevido, notava que ela não o recusava, mas não lhe dava nenhuma esperança, o que o deixava tranquilo para novas investidas, talvez um dia lograsse êxito. Aproximou-se dela e lhe ofereceu um sorriso, ela retribuiu, conversaram um pouco, falaram sobre a prova que ele também fizeram e discutiram coisas triviais, nada que fosse de grande importância, o que realmente interessava era estar alí na sua presença e aguardar que algo de melhor pudesse acontecer. Próximo deles estava Fábio e Luana percebeu, viu o quanto ele mostrava de "ciúme",  tinha um ar de expextativa, era como se esperasse que seu desafeto a beijasse, ou pelo menos a abraçasse, mas nada disso ocorreu, para sua alegria, pois ele tinha uma certa "certeza" de que ele seria o escolhido, que Luana não iria namorar com um rapaz meio alvoroçado, brincalhão, metido a conquistador. Kléber era assim, às vezes não media palavras quando queria dizer algo para uma garota, tinha uma lábia impressionante e talvez isso não agradasse aquela que Fábio queria para si, só lhe faltando a bendita coragem para conquistá-la e isso o chateava muito. Queria ser como o Kléber, desinibido, brincalhão, esperto, mas era da sua índole, não nascera para isso, era tímido e não aceitava nada que não fosse de comum acordo, embora agindo assim tivesse prejuízos.

   Após Luana se despedir de Kléber, com certa elegância, Fábio viu a oportunidade de também lhe dirigir algumas palavras, dirigindo-se a ela mesmo enfrentando um certo temor. Ela o atendeu bem, ensaiou um sorriso especial e isso despertou nele uma vontade louca de se declarar, de acabar com essa incerteza definitivamente. Percebeu nos olhos dela um brilho diferente, seu coração, aos pulos, mandava que ele resolvesse de vez essa situação, mas parecia que algo impedia, faltava um certo "clima", faltava uma certa confiança no que iria dizer. Ele até imaginou beijá-la, segurar suas mãos e lhe dizer que a ama, que ela é a moça que deseja para ser sua namorada. Essa é a única oportunidade e não deve perder. Parecia estar em outro mundo, viajava em pensamentos mirabolantes que nem percebeu a presença da mãe dela, que viera lhe buscar na escola inesperadamente, pois largara do trabalho mais cedo e aproveitou a ocasião para isso. Fábio "acordou" do sonho em que estava, se sentiu " atrapalhado" justo na hora que pretendia "resolver a questão" por essa senhora que acabara de chegar. Luana sorriu para Fábio e lhe disse "até amanhã". Isso certamente não lhe agradou, mas ele decidiu que em nova oportunidade ela não lhe escapará.

  

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 09/02/2019
Código do texto: T6570764
Classificação de conteúdo: seguro