CAMA DE CASAL

O clarão da lua iluminou dois jovens que caminhavam pela calçada em uma noite já avançando nas horas. Voltavam de uma festa, eram amigos, o senso de responsabilidade entre eles era evidente. Ia um ao lado do outro, um rapaz e uma moça.

Adentraram a porta de uma casarão bem ao estilo barroco, pintado recentemente e de uma beleza inquestionável. O silêncio era comum naquela artéria de absoluta segurança, bem guardada por vigilantes treinados.

O prédio era conhecido dele, ela também conhecia o local por pertencer aos parentes do seu amigo. Subiram uma escada de madeira e percorreram um pequeno corredor. Uma porta se abriu e se viram numa sala, a luz foi acesa e um olhou silenciosamente para o outro. Era clara uma sensação de bem estar em ambos, nada falavam, nenhum sorriso sequer se via.

Paulo e Suelen eram colegas de escola, pouco se falavam nas horas que antecediam as aulas ou durante o intervalo, ele a admirava bastante, comentara certa vez com amigos que gostava dela, mas não tinha coragem de confessar-lhe, era muito tímido. A única vez que tocou sua mão foi quando a cumprimentou certa vez durante uma homenagem na escola.

Paulo caminhou alguns passos e abriu a porta do quarto e nele entrou, estava tenso, diferente de outros momentos diante de Suelen. O silêncio ainda reinava entre eles, ela o observou com um olhar de interrogação, deu alguns passos e se conteve na porta, uma cama de casal bem forrada e pronta para um bom sono era convidativa. Impressionante o silêncio entre esses dois jovens, pareciam mudos, até que surpreendentemente ela segurou a mão dele, sorriu e recebeu de volta um sorriso também.

Paulo lembrou dos momentos na escola, a timidez o dominava completamente, tinha vontade de revelar o seu segredo para ela, no entanto sempre faltou coragem. Agora, voltando de uma festa, cansados, a hora havia se passado, ele lembrou do imóvel desocupado e cujas chaves estavam em seu poder, criou coragem e a levou para ele, afinal chegar em casa seria mais dificultoso.

As duas mãos enfim estavam ocupadas, ele segurava as delas com bastante firmeza olhando em seus olhos, coração aos pulos. Ela apresentava um ar de felicidade, o que o deixou mais tranquilo. Sentaram-se na beira da imensa cama, se entreolharam e o mais surpreendente aconteceu: um beijo. Paulo se sentiu no firmamento, jamais poderia imaginar que tal situação pudesse ocorrer, até imaginou uma grande decepção se ela se recusasse. O beijo foi intenso, interminável, o abraço aconteceu e dois corpos sedentos de prazer caíram sobre a cama de casal.

A noite foi gratificante para ambos, enfim ele se revelou, a coragem dessa vez não faltou e a conivência dela ajudou muito Paulo, que sobre a cama demonstrou ser um amante a altura de Suelen, que sem nenhum constrangimento também revelou que gostava dele e lhe faltava também a bendita coragem para tal.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 02/02/2019
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