The love between us: 24- Sorvete e um favor
Havia se passado algumas semanas desde a decisão de continuar com a gravidez. Eu vinha descobrindo um lado bem divertido de se estar nesse estado biologicamente estranho. Levantei para abrir a porta do quintal para o Slash e fui para a geladeira decidir algo para comer.
-Então, útero, o que acha? Sorvete? Nós concordamos nessa.
Coloquei um pouco de sorvete pra mim e comecei a comer sentada na bancada da cozinha quando a Ray apareceu.
-Você não está tomando sorvete no café da manhã, não é?
-N-não?! – Ela tomou a vasilha de mim – Hey! Já havia terminado de qualquer forma. E em minha defesa foi o útero quem pediu.
-Eu vou fazer um suco verde pra você.
-Eca! Você é totalmente sem graça. Você perdeu um ponto na corrida pra vê quem será madrinha do útero. Bom do que está lá dentro.
-Você devia começar a chama-lo de filho.
-Até saber se é menino ou menina vou continuar chamando de útero. Vai que se ofende por um tratamento equivocado?
-Pode chamar de feto.
-Feto me lembra de afeto. Prefiro útero mesmo.
-Você é muito esquisita. - Eu sorri mostrando que já tinha noção disso. - Aliás, pensei que a Viola fosse a madrinha.
-A Lisa, a Grace e você são tão importantes para mim quanto a Viola. E assim é mais divertido.
-E quanto as irmãs do Tom?
-Elas estão no páreo também, mas começaram com ponto negativo, enquanto minhas amigas começaram com ponto positivo.
-Não parece justo.
-Bem, a vida não é justa.
-Você realmente é estranha.
-É, eu sei.
No trabalho era bizarro!
Pessoas desconhecidas vinham me parabenizar, nunca entendi o motivo, talvez seja por deixar o meu corpo seguir o seu curso natural após um esperma fujão conseguir entrar no óvulo.
As notícias corriam soltas, já estava tudo nos tabloides também. Acabei deixando meus amigos tirarem uma foto minha com a barriga mais saliente para ganharem dos outros. Ainda me pergunto como conseguiram me convencer a fazer isso. No entanto, Tom planejava algum tipo de anúncio sobre a gravidez e nossa relação, eu só não tinha certeza o que seria.
Colin resmungava na baia ao lado da minha. Ele tinha de fazer um artigo enorme sobre um teatro novo que acabara de abrir, porém ainda não teve a oportunidade de ir até lá para conferir. No momento, ele estava apenas fazendo pesquisas na internet a respeito, pouco depois o celular dele começou a tocar.
Era a mãe dele ou algo do tipo. Ele a chamava por um apelido engraçado: Drasta. Parece que o meu amigo teria de comparecer a um jantar de família essa noite. Devia sem bem engraçado assistir o Colin ser bombardeado de perguntas por alguma tia já velhinha.
Quando eu estava concentrada no meu artigo um copo cheio de café surgiu na minha frente.
-Gatinha, você pode me fazer um favor?
-O café é um agrado para me convencer a fazer o que você quer?
-Quase isso. É pra ir te amansando. Assim não mostra suas lindas garras quando eu te pedir o favor.
Eu sorri tomando um gole de café.
-O que é?
-Se não tiver planos essa noite. Venha a um jantar comigo e minha família.
-O que?