Ao Meu Redor
Entenda, gosto de você, mas quando aproximei-me não buscava relação estável, namorar, essas coisas; talvez casar! Na real foi paixão, frisson, vontade de transar e deu!
Também não pensava você como amor da minha vida. Amor de balada, vai dar em nada pensava eu. Não foi só você quem pensou assim! Mas acabei apaixonando por você.
E agora, fazemos o que!?...
Que tal, tipo o sol e a lua, você orbitar Ao Meu Redor por um ano, apenas um ano. Depois fim!... Não me terás mais nem eu a ti.
Um ano! Caraca! Não sei sê vou suportar! Gosto de aventuras passageiras. Não gosto de sentir-me preso.
Um ano e pronto! Acabou!
Tudo bem! Fidelidade de um ano. Sol & Lua. Brindemos a esse enlace tácito.
Para não haver dúvidas escrevo nesse guardanapo de papel o que acordamos e o garçom assina embaixo. Fica com ele e, após um ano, voltamos aqui e queimamos o papel. Fim de trato!
...
Parece incrível mas um ano passa depressa...
Volto, após o horário de trabalho, ao bar onde a um ano atrás recebi um convite sui generis. Nada comentei pela manhã com ela. Trato é trato! Espero que cumpra! Vem ao encontra da mesa que sempre era nosso point o garçom amigo já com o guardanapo de papel na mão. Penso! Ele não esqueceu! Ela não esquecerá! Peço um drink e espero, espero, espero... Ligo! Não ligo! Será que esqueceu! Pergunta-me o garçom sê ela não virá!?... Digo sim ela virá. Vais queimar o papel? Não!... Puxo do bolso uma pequena caixinha; dentro duas alianças. Vou pedi-la em casamento. Uau, diz o garçom! Final feliz! Pois é! E eu que a um ano atrás estava em pânico por viver uma relação a dois estável.
Toca o telefone, atendo, passo para o garçom, para não ouvir a desculpa de não ter vindo, mas peço-lhe que diga para vir com urgência que estou passando mal... O garçom atende o telefone... Doutor, ela não virá! Não virá! Como assim não vira!? Não doutor... ela não está mais entre nós...
Dedico esse conto à poetisa Fefa Rodrigues.