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"O quão fundo ela pode ir?" eu lhe pergunto.
"Ela quem?" você me responde em voz rouca, possivelmente pelo trago que você não para de inalar.
Aponto para a flecha no chão que caiu do seu bolso enquanto nos despíamos, espalhando nossas peças de roupas por todo o quarto.
"Aquela do cupido, sabe?" relembrei de como brincamos noite passada, sobre armas e guerra e redenção.
"Seria ele gentil?" continuo a me questionar, enquanto você levanta em silêncio para jogar as cinzas do cigarro fora.
Eu talvez nunca confessaria o que senti por ele, como esse sentimento parecia ser novo e ao mesmo tempo tão familiar. Por isso ele fez algo desumano comigo. Não iremos entrar em detalhes sobre isso, confie em mim.
"Devíamos manter as aparências, o velho caso do menino bom encontra garota má?" ele me questiona com ar de que devemos mudar de assunto.
"Bem, não somos mais tão garotos, não tem como seguir joguinhos de amor, porque nós homens grandes não sabemos brincar disso"
"É um jogo duro" respiro o ar fresco que entra pela janela, gostaria de saber a que velocidade você caminha.
Ler um pouco mais aquele mapa de tesouros escondidos que vi nos seus olhos e descobrir coisas que nenhum outro explorador se perguntou
"O quão fundo ela pode ir?" você repete enquanto sorri.
Nem mais um beijo.
Irei descobrir.