MEU AMOR ESTÁ NO PASSADO (parte 3)

Já teve na vida vontade de mudar o passado?

Algumas coisas que acontecem em nossas vidas acabam gerando um impacto tão grande e devastador que levamos um caminho inteiro para superar. Ou não. Na estrada da vida, mesmo que se tenha alcançado milhões de conquistas, ainda assim, algo lá atrás, surge em seu retrovisor, com os faróis altos, apenas para lhe avisar; estou bem atrás de você. Mas você é um corajoso piloto que continua na estrada apesar do perigo. O desconhecido à frente tem uma pitada cruel de ironia; placas que deveriam lhe direcionar o caminho para seus objetivos, lhe informam do passado. Semáforos estratégicos sinalizando sua dor. Ou como um despertador do destino; programado para derrubar cada sorriso suado seu como cartas de um baralho frágil pontuando sempre algo que não pode ser mudado. Algo que você levará para o resto de sua vida. Porque algo lhe diz que você não merece ser feliz.

Mas, e quando por alguma intervenção divina - ou você pode chamar seja lá do que você quiser - intercede em seu destino e lhe diz; Chega, você já sofreu o bastante. Eis aqui a chance de mudar seu passado. Você, com todo o buraco imenso, frio, vazio, triste que se tornou seu coração, acreditaria nisso?

Eu, Fátima Cristina, 40 anos, poderosa empresária e uma das mulheres mais influentes do planeta, a mais bela e desejada de todos os tempos, me encontro nesse dilema.

O grande amor de minha vida foi esfaqueado na minha frente num momento muito especial para nós dois. A foto que bati de seu sorriso momentos antes dessa tragédia é a que ficou guardada em minha mente por todos esses anos.

Dizem que quando uma pessoa sofre um grande trauma na vida, ela pode reagir de maneiras totalmente inesperadas, aparentemente sem sentido ou justificativas. Onde até mesmo para ela não parece ter lógica. Pode-se dizer que eu, Fátima Cristina tive uma reação do tipo. Ao sentir meu coração secar, minha alma gêmea se desfazer em minha frente, meu mundo desabou. Não tinha mais chão para pisar.

Até que, para continuar pisando em algo e não somente andar como uma morta em vida, a única coisa, o único propósito que consegui colocar na cabeça foi: vingança.

E foi assim, desde então. Decidi encontrar o culpado pela morte de meu grande amor. E encontrei. Não obstante, não me senti satisfeita. Ele ainda não era o culpado. Havia uma arma em sua mão. Aquela arma branca na minha mente representava todas as outras. Malditas armas, sempre elas. Armas geram falso poder. Quem tem uma na mão se torna um perigo em potencial – não apenas para os outros, mas para si mesmo. Armas geram capital, que movimenta o sistema. Sistema esse, O Capitalismo, que domina tudo. Como uma gigantesca veia venenosa. O pior de todos os vícios. O mal puro. Esse pesadelo tem de acabar.

Sei que não há como lutar contra um mecanismo que não pode ser tocado. Mas também sei que a melhor maneira de derrotar um inimigo é conhecendo seus métodos. Entender seu ardil, pensar como ele pensa.

Pode ser um caminho sem volta...

Certas motivações não fazem sentido para quem assiste. E às vezes, só algumas vezes, não fazem sentido para quem as tem.

-NÃO! – acordo de sobressalto com meu próprio grito. Assustada. Tremendo.

Em todos esses anos tive belas noites desconfortáveis de sono, mas sabia que faziam parte do jogo em que tinha resolvido jogar.

E era à noite, que estava mais vulnerável a ataques.

Sou uma mulher forte que há muito tempo não sentia tanto medo assim. Se de alguma forma misteriosa viajar no tempo tiver sido mais uma dessas brincadeiras de mau gosto do sistema, até na hora de dormir – para brincar mais intensamente com meus sentimentos, para me castigar mais ainda com o passado terrível que não posso mudar. Deus do céu, xeque mate.

Sei que sou uma mulher fria. Tive de ser assim. Uma pedra de sentimento. Contudo, nesse momento, pelos estranhos acontecimentos ao meu redor – uma surpreendente segunda chance, surge em minha vida - e eu peço em meu coração, que sonha em viver de novo, que isso seja real.

-Cris, amor, você está bem? - Somente ele me chamava assim. Quando queria demonstrar o quanto ficava preocupado comigo - Finalmente acordou. Me deixou preocupado pekena.

-Onde estou?- solto, com muito esforço.

-Na enfermaria da escola. – ele responde -, Você se meteu numa bela enrascada com sua professora viu rs. – Sim, ele mesmo, Jonathan.

Sinto algo mágico crescer dentro de mim, de novo. E finalmente acredito que o impossível aconteceu.

Se você acha que foi o incrível fato de viajar no tempo, nossa, como se enganou. Meu coração bate forte porque vejo a chance de amar de novo.

CONTINUA...

ESCRITO POR edi miller

Edi Miller
Enviado por Edi Miller em 15/12/2018
Código do texto: T6527995
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