O POETA E A ESCULTURA
Um homem estava à procura de um novo lar.
Uma casa silenciosa, e que pudesse lhe inspirar a escrever seu novo livro.
Ele era do tipo solitário, exótico, não gostava de multidões, festas ou algazarras.
Essa casa era de fato afastada, silenciosa, com um grande jardim, um belo chafariz e uma escultura belíssima de uma jovem mulher.
Ficara fascinado com a beleza da escultura, logo decidiu comprar a casa sem sequer terminar o tour. Fazendo a alegria do corretor.
Suas manhãs e tardes eram na companhia da bela escultura.
Ela tornou-se sua musa...
Graças a ela compôs poesias belíssimas e um livro de grande sucesso.
Todos a sua volta tinham imensa curiosidade sobre a identidade da bela musa descrita em suas poesias cheias de paixão e vida.
O tempo foi passando e sua obsessão foi ficando cada vez mais visível.
Não conseguira se mudar, ela era sua companhia em dias ensolarados e chuvosos.
Seu melhor amigo vendo a situação em que o poeta se encontrava, o aconselhou a sair daquela casa e procurar um amor real.
Ele no início recusou mas depois acatou o conselho do amigo.
Se afastou da escultura que lhe despertara um sentimento indecifrável e foi viver sua vida.
Encontrou uma mulher maravilhosa, a namorou por dois anos e enfim a pediu em casamento.
Sua noiva quis oficializar o noivado dando uma festa...
Escolheu justamente a casa da escultura...
Apesar de odiar festas decidiu aceitar esse momento por amor a sua noiva.
Mas em dado momento do banquete, ele desapareceu, sua noiva fora o procurar aflita, e o encontra ante a imagem com um caderno de anotações nas mãos, compondo mas alguns versos para a bela escultura.
Ao enfim compreender o que estava acontecendo, sua noiva pediu que ele escolhesse entre as duas.
Estendeu sua mão confiante na resposta de seu noivo poeta.
Qual não foi a sua surpresa quando o viu pegar de um canto jogada, uma tesoura de jardim e golpear o coração da escultura.
Naquele momento ambos riram entreolhando-se.
Porem os risos foram interrompidos pelo olhar assustado do poeta, enquanto via o sangue escorrer pelos pálidos contornos da escultura.
Foi então que ele percebeu, que todo este tempo, ela vivia.