Conto de Anjo.
ANJO.
1ª parte
Uma história que vivi.
(completo)
Dá janela de sua casa podia ver lá em baixo uma janela aberta.
- Vai lá mana, diz pro Lázaro que eu quero falar com ele.
Naquele tempo não tinha celular e as meninas menores levavam os recados dos namorados.
- E fui lá amiga, mas não o encontrei.
- Porque demorou tanto?
- Estava conversando com a irmã dele, tinha novidades.
- O que está acontecendo? Será que ele não me quer mais.
- Não sei, Ilce.
Na verdade Nazaré também estava gostando de Lázaro e não passava os recados de Ilce. Ele também já tinha interesse, embora ele a achasse muito menina.
A grande festa era no sábado. Era lançamento do disco de Donna Sumer. Ninguém poderia perder.
Ilce e Lázaro com certeza iriam mas, Nazareth quem sabe?
- Não pense em chamar aquela fedelha. Afinal ela ainda é menor de idade se a levarmos poderemos ter problema.
E se foram para a festa. Lazaro e Ilce dançavam as musicas em ritmo dançante. Donna Summer. Bee Gees, Credence Clearwater, The Square set... as roupas suadas e o corpo quente tremiam de emoção ao som ensurdecedor dos amplificadores Sansui.
Quando foi até o bar, Lázaro viu Nazareth que todos chamavam de Anjo junto à mesa, próximo a parede. Ele foi até lá e segurou na sua mão.
- Com quem você está?
- Vim com Eliane e suas colegas.
- Não te quiseram barrar na porta?
- Não, eu tenho corpo. Não pareço menor.
Conversaram um pouco. Mas, Lázaro lembrou da namorada e pediu licença. Quando tentou largar a mão da Anjo ela não soltava.
- Que foi bebê? Porque me olha assim.
- Seu burro! Burro! Vai, vai pro lado de sua mulherzinha.
Lazaro se foi. Não ligou muito para Anjo. Voltou a dançar com Ilce e durantes as musicas lentas. “Do you wanna dance?” “My honor” eles dançavam de rosto colado e se beijavam muito.
Quando a noite já se ia alta, eles foram pra o salão lateral, onde era iluminado todos se encontraram. Lázaro já tinha tomado algumas cuba-libres e estava animado. Segurava Ilce pela cintura.
Anjo olhava com raiva o tempo todo. Mas, quando Ilce foi ao banheiro ela se aproximou de Lázaro, segurou pelo seu pescoço, estirou-se toda e lhe deu um beijo que foi automaticamente correspondido pelo rapaz. Quando se deu conta viu algumas colegas de Ilce. O observando com cara de espanto.
- foi só um selinho! Não foi Anjo?
Nazareth não respondeu.
- Vocês sabem que eu amo demais minha namorada. Ilce é a mulher de minha vida.
Quando já voltava do banheiro Ilce foi encontrada por suas amigas que já lhe deram a má noticia.
- lázaro você é doido!
- Foi só um selinho! Não foi Anjo?
- E porque você a chama assim? Não sabe o seu nome?
- Deixa de ser ciumenta!
Ao falar isso ele a abraçou e tentou beija-la. Porem não foi correspondido.
- Quero ir para casa.
Já era tarde e todos se foram.
No outro dia já faziam comentários. “Lazaro beijou a Anjo no Clube”.
Lázaro saia cedo, pois trabalhava no pólo Industrial e pegava as sete horas.
Ilce ficou com raiva e não mais foi falar com Lázaro. Quem fazia isso era a Anjo. Todos os dias esperava ele chegar do trabalho só para dizer oi. Como vai.
Um dia Lázaro ficou olhando para ela. Primeiro foi seu rostinho liso de tez clara. Depois foi vendo a cintura, as ancas, as pernas. Ela era linda.
- Anjo, você está tão bonita. Porque será que eu não percebi que o tempo passou e você já é mulher.
Ela sorriu. Ele a puxou para si e deu-lhe um beijo demorado.
Então começaram a namorar. Lázaro estava levando tudo sem muito interesse. Às vezes passava da hora e encontra-la e não ligava. Anjo, sim se mostrava magoada.
Mas o rapaz a assumiu como namorada. Ilce partiu, dizem que muito magoada. E Anjo era a realmente a namorada de Lázaro.
Passaram dias, meses, e Anjo cada vez mais apaixonada. Ia até a casa de Lázaro e arrumava seu quarto. Procurava suas roupas para lavar, e conversava com sua velha mãe.
Embora um pouco desligado, Lázaro era fiel a Anjo e ainda não tinha transado com ela. Pois na vez que tentou, ela pediu que ele esperasse.
Uma vez, sem querer ele viu Anjo só de calcinhas. Percebeu o quanto ela era linda. Sentiu tesão mas se controlou. É certo que mais tarde teve de se masturbar, para não fazer besteira.
Todos os sábados eles iam dançar no clube. Ele a respeitava e não queria saber de mais ninguém. Ela dizia, “meu amor eu te amo, e nunca vou te deixar” e ele respondia com beijos. Apertar aquele corpo lindo beijar sua boca deliciosa. Era bom demais para querer perder. Agora ele a amava. Se não falava era para parecer descolado.
Passou-se um ano e de tanto esperar, Lázaro desejava demais a Anjo. E de repente ela chegou diferente quando ele apalpou seu sexo ela deixou e ele lançou-se em uma corrida louca para excitá-la.
- Agora eu quero! Falou com firmeza.
- Tem certeza?
- Sim, faz logo comigo.
Ele a carregou nos braços, subiu as escadas e deitou-a na cama que ela tinha arrumado ainda cedo.
Então ele tirou suas calças jeans, tirou a saia dela e começaram com caricias quentes. Quando beijo-lhe a boca foi demorado e as mãos delas alisavam suas costas.
E a primeira noite de Lázaro e Anjo foi linda. Nos braços roliços da moça ele deitou a cabeça suas almas cheias de sentimentos. Eram caricias, beijos, palavras de amor sussurradas no ouvido. Anjo esboçava um sorriso com os lábios entreabertos. “Quero mais amor”. Deram um cochilo. Mas logo os afagos se fizeram sentir novamente. E a moça sentiu-se tomada pelo calor da paixão.
- Lázaro, você me ama.
- Te amo muito.
- Eu era virgem, não era?
- Sim, Anjo. Com toda certeza.
Guardei-me para você. Te amo desde que eu era pequena. Nunca pensei em outro homem. Tinha ciúmes quando você estava com a Ilce. Meu amor promete uma coisa: que você nunca vai me trocar por outra. Eu morreria de tristeza.
- Eu não vou deixar você.
- E outra coisa. Diz para aqueles que não acreditam no nosso amor que você me ama. E que sou sua mulher.
- Eu também tenho uma coisa pra te falar. No inicio eu tinha dúvidas se devia ou não gostar de você. Agora, eu sei que te amo. Eu vou contar pra todo mundo que você já é minha e que nunca conheci ninguém melhor do que você.
E assim, se amam por toda a noite.
Pela manhã, Lazaro tem que trabalhar. Beija seu amor e sai.
No trabalho não para de pensar. Lembra da delicia que foi possuir Anjo e já de manhã sente sua falta.
Meio dia. Lázaro vai ao refeitório. Tenta engolir alguma coisa, mas não consegue. Está emocionado. O cheiro de sua amada ficou entranhado em suas narinas. Ele vai até o supervisor e diz que está doente e pede para sair.
Quando se vê do lado de fora ele se apressa para apanhar o ônibus. Aquele frio na barriga, a voz de Anjo sussurrando em seu ouvido, faz com que, sinta uma reação mecânica ele se desespera correndo atrás do lotação.
Ao chegar a casa ele corre para o quarto. Anjo trocou o edredom e arrumou suas bijuterias sobre a cômoda. Está com seus cabelos cacheados preso pelos lados, veste uma pijaminha de algodão e batom carmim nos lábios.
Ele a abraça e suspende do chão. Um longo beijo. Deita-a na cama e começa a acariciar seu corpinho. Agora puxa sua blusa depois o calçãozinho. Ela fica linda assim de pé só de calcinha. Ele atira-a sobre a cama e o amor se faz.
Por toda a noite. O amor os consome não sentem frio só o calor de seus corpos. E assim se vai um dia, outro dia e o final da semana.
Numa segunda feira, quando ele saia para trabalhar ela segura no seu braço e diz:
- Você se lembra do dia em que fizemos amor a primeira vez. Eu te falei queria, mas tinha um motivo que me levou a te dar uma prova de amor.
- Sério? Não era porque gostava muito de mim?
- Com certeza. Mas, aconteceu outra coisa que me fez decidir logo. Já que minha idéia era casar com você virgem...
- E, então?
- Foi meu padrasto... Ele tentou mexer comigo. Acordei com ele me acariciando, gritei com ele. Minha mãe acordou e ele falou que só estava me cobrindo com o lençol, pois a noite era fria. Minha mãe acreditou nele. Mas, desde então ele começou a me acariciar. Outro dia me comprou roupas novas e disse que se fosse dele, ele compraria muitas coisas para mim. Então, eu deixei as coisas lá no quarto da mamãe. Ela perguntou por que tinha feito aquilo eu falei que as roupas na serviam em mim.
Agora tenho medo de dormir. Porque a porta de meu quarto não tranca. Mamãe já sabe que passo as noites aqui com você. Mas ele não sabe. Está viajando e quando voltar vai saber de tudo e vai ficar furioso.
- Se ele te tocar de novo eu mato ele!
O rapaz falou aquilo, mas ela sabia que fora apenas um impulso de nervosismo. Ele jamais faria uma coisa desse tipo. Era de paz.
- Olha! Amor eu não quero que você fale assim.
- Foi mal. Desculpe. Mas sua mãe tem que tomar uma providencia.
- Não liga não. Eu sei me defender. Ainda mais que agora eu não mais virgem e ele falou que só queria minha virgindade e nada mais.
A conversa deixou Lázaro pensativo. Mesmo assim ele foi trabalhar.
Quando voltou não encontrou Anjo em casa. Tomou banho e saiu perguntando por ela. Uma amiga foi até a casa dela e de lá voltou dizendo que logo ela iria para casa dele.
E realmente chegou. Mas, estava estranha e cabisbaixa.
- O que aconteceu?
- Mamãe... Ela falou que você esta fazendo tudo errado e que primeiro devia ter casado comigo...
- Ela tem razão. Mas que importa isso! Eu te amo e estou a teu lado.
- Ela disse que se você não fizer o papel de homem e casar comigo ela vai me internar.
- Acho que ela não faria isso.
- Você se engana ela tem mais coragem do que você pensa.
- Por favor, deixa que durma alguns dias lá até que você fale com ela.
- Falo com ela hoje mesmo.
- Não amor. Tenha paciência. Domingo você vai lá. Fala com ela e então eu volto pra cá com você.
Naqueles dias tudo foi muito triste. Chegar ema casa e não encontrar sua amada era demais para ele. Na segunda noite, ele não suportou e foi atrás dela. Meio se esgueirando na penumbra perto da cada de Anjo.
- Lázaro, o que você está procurando?
- Eliane, eu quero ver a Anjo.
- Você é doido. O pai dela está ai.
- Chama ela. Eu quero beijá-la.
- Espera aí.
Eliane se foi e logo voltou com a Anjo.
- Poxa! Amor você não agüentou!
- É Anjo. Eu te quero, amor.
- Hoje não vou poder ir mais amanhã mamãe prometeu que vai ata lá conversar contigo. Quanto a meu padrasto. Ele soube que eu estava com você. E disse as coisas já não eram mais como ele queria. Porque tinha certeza que eu não era mais virgem. O estranho é que chorou e disse que estava arrependido. E que eu era apenas a filha dele.
- Não confio nesse cara. Mas, se assim tudo bem. Você jura que amanha vai estar comigo?
- Sim amor! Tchau! Um beijo.
- Depois que ele se despediu da Anjo voltava para casa sozinho. De repente como se surgisse do nada. Apareceu a figura calada de Ilce.
- E aí seu Lázaro! Soube que você casou! É verdade?
Ele ficou calado por um momento. Mas não quis se fazer de estúpido e respondeu:
- Não, não me casei. Mas estou com alguém, você já sabe quem é. Portanto me poupe de algum descontamento.
- Você está mesmo com ela. Você é o tipo da pessoa sórdida e traiçoeira. E aquela moleca é uma safada. Ela me levou no bico. Como eu a odeio!
- Por favor, Ilce. Vê se me entende. Eu a amo.
continua
Ilce estava transtornada. Enquanto lazaro ficava calado porque ela caiu em prantos.
- Seu mentiroso! Quantas vezes você me falou que me amava e agora, alem de me trair ainda diz que a ama. Você não quer saber do meu coração. Como é que eu fico?
Lázaro olhando com pena, ficou calado.
- Me diz! Responde. Como é que você pode gostar dela? Ela era a nossa menina de recado. Você brincava com ela e a chamava de criança. E agora... Você não sabe o quanto tenho sofrido...
- Olha, Ilce. Nesse momento eu não sei explicar. O que sei é que ela cresceu. Nós namoramos durante vários anos. O tempo passa. Agora ela já é mulher. Você me entende?
- Não entendo nada! O que sei é que você é malvado, safado e egoísta. Mas, eu sei que você vai se ferrar. Essa menina vai te levar ao inferno.
E saiu chorando com as mãos no rosto.
Naquela noite, Lázaro deitou pensativo. Não esperava que Ilce ainda estivesse gostando dele. Tudo parecia ter terminado com ela. Contudo, ele pode perceber o quanto ela estava magoada. Mas, era de Anjo que ele gostava agora. Não podia mas voltar atrás. Lembrava do seu amor com anjo. De quando respirava hálito, beijava sua boca provava seu sexo. Seu amor por Anjo era tão grande.
Dormiu e no outro dia foi trabalhar cedo. Teria que fazer horas extras. Pensava em reformar seu quarto para viver com a Anjo.
Quando chegou encontrou Eliane e as amigas de Anjo lhe esperando na escada do beco.
- Lázaro, tu nem sabe da maior!
- O que foi, que aconteceu?
- A mãe da Anjo a colocou num internato. Dizem que um internato da prefeitura e que parece uma prisão.
Aquilo foi como uma bomba, que atingiu em cheio o coração do rapaz.
- Vocês estão falando a verdade? Sim lázaro e tem outro problema lá só tem visitas aos sábados.
Um misto de raiva e apreensão encheu a alma de lázaro. O que iria fazer agora. Como é isso mesmo? Anjo estaria longe dele para sempre. Não, teria que ir lá pra conferir.
As amigas de Anjo lhe deram o endereço e no outro dia ele foi lá: “O que você é para ela? visita só aos sábados!”
Lázaro voltou cabisbaixo. Parou na lanchonete. Seu coração apertado. Ele pensou em pedir uma cerveja, mas preferiu não beber. Isso lhe deixaria mais nervoso.
Naquele momento, sua mente estava mergulhada em pensamentos. Como a mãe de anjo teria feito aquilo? Deveria ir falar com ela.
- Porque, Dona Santa. Porque a senhora fez isso com a gente?
- Foi melhor para ela. Você só queria brincar com os sentimentos dela. Anjo é uma menina tola. Mas, a qualquer hora poderia se envolver em problemas. Uma de suas amigas, Eliane, está usando drogas. E você, apaixonado, não ver isso.
Se Eliane usa drogas eu posso garantir que a Anjo jamais fez isso.
- Eu sei lá. Eu acho que fiz o que era certo. Agora ela só vai sair de lá com 18 anos. E terá estudado e aprendido uma profissão.
Não dava mesmo para discutir com a mãe de Anjo. Melhor ir para casa e tentar se acalmar.
O sono só veio tarde. Ora dormia, ora acordava.
Quando amanheceu estava cansado. Tinha dormido mal. Tomou o ônibus e foi pra o trabalho.
Na fabrica não merendou. Permaneceu com a cabeça sobre os braços na bancada de serviço. Os aparelhos para calibragem foram amontoando em sua mesa e ele só despertou quando sua colega sacudiu seus ombros.
Trabalhou pouco. A maior parte do serviço ficou pro outro dia. Entrou no ônibus e outra colega, Leyla falou com ele.
- Que foi? Que cara é essa?
- Estou mal.
- Brigou com a namorada?
- Pior, sua mãe a internou.
- Caramba! Eu pensei que essas coisas não existissem mais. Mas não te aflige não cara. Te lança todo no trabalho. Espera até o dia de visita e guarda todo teu amor para ela.
A assim Ele fez.
Quando chegou sábado, ele acordou cedo já que a visita era a partir de 13 horas. Cortou o cabelo, fez a barba, comprou umas coisinhas para anjo e antes da hora se foi para o internato.
Teve que esperar bastante até que começasse a visita. Quando abriram o portão ele teve que passar por um corredor entre alojamentos que pareciam cadeias, com grades e cheio de meninas, que gritavam.
- Hei! Gostoso, vem aqui fazer a gente feliz.
- Vem logo! Chega ao menos perto da grade pra gente te dar um beijo.
Lazaro continuava caminhando em direção ao final do corredor onde, Anjo ao lado de uma instrutora o esperava.
- Então você é o Lázaro. Pois lhe digo uma coisa rapaz. Essa menina só fala em seu nome. Parece que ela gosta muito de você. Você é um rapaz de sorte. Bem são apenas 1 hora de visita. Pode conversar, pode pegar não mão e abraçar. Beijo só no rosto.
O coração de Lázaro parecia descontrolado. Ele abraçou Anjo que se encolheu toda e soluçava desesperadamente.
- Eu pensei que você não vinha, amor.
- Como poderia fazer isso. Jamais eu poderia abandoná-la. Oh! Meu amor, que maldade fizeram com você.
Eu sonhei que você tinha voltado com a Ilce. Me dia, amor! Que não é verdade.
- Claro que não é verdade. O que eu quero é arrumar um jeito de tirar daqui.
- Conversa com a supervisora. Ela disse que tem um jeito de você me tirar daqui. Pergunta dela.
- Lázaro, abraçou e beijou rosto de Anjo. Queria que aquele momento não terminasse. As pessoas que vieram fazer visitas começavam a sair. E, ele viu que tinha mais tempo. Mesmo proibido deu beijo na boca de anjo, que correspondeu prontamente.
Veio a instrutora e pegou anjo pelo braço. “Eu disse que beijo só no rosto, e acabou a visita” boa tarde seu Lázaro.
Ter que partir assim. Com o coração ferido. Mil flechas transpassando. Tem que ir embora.
Domingo o chamaram para jogar bola na praia. Depois o substituíram porque não prestava atenção no jogo. Ficou sentado na arei. Pensando em Anjo. O tempo todo.
Durante a semana foi quase automático. Trabalhou e dormiu mal.
No outro sábado estava de novo no internato. Passou pelo corredor e as meninas, nas grades mexiam com ele. Quando pode ver Anjo esperando por ele sentadinha próximo um a mesa ele correu para abraçá-la.
- Calma meu rapaz. Não sabe que tem que assinar o livro de visitas! Só então pode encontrar a sua amada.
Depois de abraçá-la, percebeu que ela estava estranha.
- Que foi isso. Que marca é essa em seu braço?
- Anjo não respondeu.
- Trocaram carícias durante um momento. Contudo o rapaz estava intrigado porque Anjo tinha mascas em seu corpo.
- Por favor, Anjo. Diz-me o que foi isso.
Ela ficou calada por alguns minutos depois falou.
- Foram as meninas. Elas me bateram.
Lázaro ficou chateado e foi falar com a instrutora.
- Meu amigo, aqui é uma instituição onde existe todo tipo de menina. Algumas cometeram delitos. Elas vivem num ambiente sobre pressão é difícil evitar que elas briguem. Eu lamento. Mas porque você faz logo a coisa certa?
- Que coisa certa?
- A única maneira de você tirar ela daqui é casando com ela.
Então terminou a visita. Lázaro foi para casa e começou a pensar. Faria tudo para tirar Anjo de lá. Mas, casar-se tão jovem.
Passou-se outra semana e naquele sábado ele teria que fazer alguma coisa. Os colegas diziam: “você está doido. Casamento é coisa de velho. Deixa Anjo pra lá, se a mãe dela quis assim.”
Não era bem assim Anjo era sua gatinha. E, ele a queria, mais e mais.
Quando entrou viu Anjo toda pintada. Antes, ela não gostava de muita maquiagem.
- Porque você está assim?
- Como?
- Toda pintada e usando esses brincos espalhafatosos.
- Foram as meninas que arrumaram. Elas disseram que ficou muito bonito em mim. Meus dias aqui tem sido de tristeza e sofrimento. Vivo presa, tenho que fazer alguma coisa pra não pirar. Ontem uma delas tinha cigarro de marijuana. E queria que eu fumasse.
Lázaro se dirigiu à instrutora e perguntou:
- Como eu faço para casar com a Anjo?
- Bravo! Meu rapaz. Venha comigo.
Diante da Supervisora ele parecia nervoso.
- Muito bom! Lázaro. Casando com ela, você vai provar que a ama de verdade, alem de devolver sua liberdade. Basta que você assine estes papeis. Você é maior de idade?
- Sim.
- Ótimo, quanto a Nazareth, ela depende da assinatura da mãe. Porque ela é filha natural.
Vou telefonar pra você.
Passaram alguns dias e a Supervisora ligou. Falou que estava tudo certo e o casamento seria no dia 12 de maio.
Demoraria mais de dois meses. Nesse período não poderia mais visita-la. Então ele trabalhou muito todos os dias e as vezes à noite. Precisaria de dinheiro para viver com sua Anjo que em breve seria sua esposa.
E assim aconteceu. Faltando apenas dois dias para o casamento, ele ligou para o internato.
- Está tudo nos conformes, Lazaro. Não se preocupe com o enxoval de sua noiva. Vai ser algo simples e eu e suas colegas já fizemos o vestido de noiva.
Quando os amigos de Lázaro tiveram certeza do casamento, resolveram lhe fazer uma festa. Seria a despedida de solteiro. Mas não contariam par Lázaro. Seria uma surpresa.
Os amigos de Lázaro falaram para ele que haveria uma comemoração. Apenas uma confraternização entre amigos. Trouxeram o som e cervejas. Mas logo à noite Eliane e suas amigas chegaram e começaram a dançar.
- Traz uma gelada aí! Aumenta o som. Hei! Lázaro dança com a Eliane. Aproveita, sua piranha, que talvez seja tua ultima chance.
E assim se divertiam. Lázaro há muito tempo não bebia logo ficou com sono e se estirou no sofá.
Eliane olhou para fora e viu Ilce passando.
- Oi! Mana, vem aqui vem o Lázaro ficou bêbado. É a despedida de solteiro dele. Vem, minha amiga.
- Quero que ele durma para sempre, o sono eterno. Eu o odeio!
- Deixa de besteira! Sobe aqui. Vem se despedir do seu amor.
Ilce teve uma idéia e subiu. Sentou-se ao lado de lazaro que tombou no braço do sofá. Ela começou a acariciar o rosto dele e chupava seu pescoço deixando varias marcas.
Quando ele acordou sentiu um ardume no pescoço. Mas, não ligou. Pediu licença e acabou a festa.
Pela manhã já era dia do casamento e quando foi se olhar no espelho teve uma surpresa. E mandou chamar Eliane.
Eliane, que fez isso no meu pescoço?
- Bem... Eu não vi. Mas, acho que foi a Ilce.
- Caramba! Como ela conseguiu?
- Não sei. Pelo menos vamos tentar diminuir. Façamos uma compressa de gelo.
Não adiantou muito. Outro amigo emprestou uma camisa de gola alta. E assim mesmo ele foi se casar.
Ao chega ao tribunal ficou esperando Anjo chegar. Ela saiu da Kombi com um lindo vestidinho branco, de alças e um sapato de saltinho. Estava linda com um tiara de florzinhas brancas.
Alguém falou: Eta! Essa aí chegou no carro da FEBEM.
O juiz oficializou o casamento e então eles se beijaram. Um beijo demorado, ansioso, gostoso. Depois foram para casa. Anjo ficou parada em pé olhando o quarto novo com nova mobília. Ela achou muito bonito.
A noitinha começou a lua de mel. Eles se amaram por toda a noite, depois o dia inteiro e mais outra noite.
Todo o final de semana juntos.
Lázaro e Anjo passaram dias, meses, e anos felizes. Até hoje estão juntos. De seu amor nasceu um menino a quem chamaram Lauro. E todos aqueles que os conheceram diziam nunca ter visto um casal tão bonito, feliz e que vivera um amor tão sincero.