Lágrima de noiva

Despediu-se dela com troca de olhares e um breve encostarem de dedos, sentindo medo. Estava indo para a guerra defender sua terra, precisava ser forte para encarar a morte.

Ana chorou no adeus, doeu, sofreu. Ficou desesperada com a alma dilacerada.

Aguarda uma carta ou uma noticia das frentes de batalha, segue dias esperançosos, sua fé não falha.

Seis meses depois uma comunicação, se acalma então. Ficou aliviada, acabou o trauma ele está vivo, foi dispensado para casa será levado.

Voltou quieto, pelo menos está por perto. Estropiado, costurado, agora só fica sentado, mas por ela é desejado e muito amado.

Em poucos minutos de um chá embebido de paixão, resolvem que suas vidas dividirão, se casarão.

Chega o dia tão sonhado, Ana está linda de vestido branco, flores nos cabelos e blush no rosto, com sorriso exposto.

Ai que perigo, recebeu um recado! Otávio havia morrido uma hora antes de infarto fulminante, realidade alucinante, perdeu o chão e o ar por um instante. “Meu Deus meu nobre comandante! “pensou ofegante.

Lágrima de noiva, triste reflexiva, seu coração ficou a deriva.

Helena Douthe
Enviado por Helena Douthe em 02/10/2018
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