A PEDRA

A PEDRA

28.08.18

Havia certa vez um homem, um minerador.

Todos os dias ele se esforça por levar uma vida tranquila e produtiva. Vivia alegre em seu trabalho, ao lado daqueles que o amavam. Mas era solitário e um amor pretendia, pois assim ele era e assim ele vivia.

Foi em um dia tranquilo, quando o sol reluzia que achou a Pedra. Ela era linda, brilhante e vazia, mas o fez se sentir feliz como nunca antes havia.

O minerador pegou a Pedra e levou consigo, todos os dias ele a limpava e fazia todo possível para que ela estivesse bem. Mas sendo pedra jamais retribuía.

Aquele homem cuidou e amou a Pedra por anos a fio, dedicando os melhores anos de sua vida. Afastou-se de tudo e de todos que o amavam somente para fazer a Pedra feliz. Mas ela era pedra e como tal assim vivia.

Certa vez pôs ele a Pedra acima de sua cabeça, no lugar mais alto de sua morada e sempre lhe dizia: Te amo minha pedra. És preciosa para mim. Te amo como és. Mas ela nunca retribuía, afinal, era a pedra e assim existia.

Foi em um dia calmo que a Pedra pendeu e caiu sobre a cabeça daquele homem ferindo-o gravemente. Ele chorou e pensou consigo: Se eu a deixar em um canto ela vai se desculpar e perceber seu erro ao me machucar. Mas ela era pedra e remorso não havia.

Deixou o minerador que ela permanecesse na janela da sua casa para que pensasse no mal que havia feito. Todavia, passaram-se dias e ela nada respondia.

Foi quando um ladrão, homem de baixeza sem igual, ao passar pela casa e vendo a pedra na janela, desejou-a. Pois ele era ladrão e assim vivia.

Pegou a pedra, o vil ladrão, e levou-a consigo. Mas ela era somente pedra e de nada valia.

Dando-se conta disso o vil ladrão após brincar com ela jogo-a fora. Pois era ladrão e assim vivia e ela sendo pedra, de nada valia.

Vendo a Pedra jogando em um canto o minerador novamente pegou a Pedra. Levou-a consigo, limpou, cuidou, amou, amou, amou, amou até o fim dos seus dias. Pois ele era assim e assim vivia.

Estando em seu leito de morte, o minerador olhou para a Pedra e suplicando-lhe dizia: Amei mais do que a mim mesmo e em tudo te fui fiel. Cuidei de suas feridas, das mazelas de sua vida. Será que não pode me amar um terço do que foi amada?

A Pedra não respondia, pois era pedra e amar não sabia.

#escritorlucianopsilva

LUCIANO P SILVA
Enviado por LUCIANO P SILVA em 28/08/2018
Reeditado em 20/09/2018
Código do texto: T6432225
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.