Os olhos da víbora

"Houve tudo e não haverá nada..."

Sua admiração era algo tão puro e absoluto, qual indicava a natureza de sua conduta verdadeira e transparente. Sentia su'alma entrelaçar em todos os sentidos com a dele. Eram feitos um para o outro e mutuamente se conquistaram em efeitos dilacerantes e vibrantes.

Tudo que estava acontecendo era algo tão puro e absoluto, mas ele tinha uma sensibilidade não tão convicta como a dela.

D'entre os lençóis o fogo que ardia sobre ambos os corpos, se encerrava em um ato tolo. Tudo que conquistaram em muitos encontros estava sendo estragado e na fria escolha. Tantos beijos, abraços e afagos que sentiam, se foi e fechou em uma tristeza.

Era da carne que vinha um sentir ao prazer... Daqueles que te fazem viajar d'entre estrelas, nuvens e nos deixam felizes por mergulhar no oceano cheio das cores mais fantásticas. A confiança em acreditar um no outro, era a única chave do prazer, mas ele atirou em um reflexo do espelho, toda energia feito uma pedra gelada, sem vida e quebrando-se a visão daquele amor na insistentemente e tola teimosia à um artefato sem a textura do calor humano.

Ele foi quebrando reflexo por reflexo e ficou aos pedaços feito um quebra-cabeças que falta peças para terminar.

Embora, tenha sido por um imbecil receio, neura ou insegurança muito sem noção, isto fez dele um homem frio, qual não soube o reconhecer da confiança que já havia com ela conquistado. Deixou todo o tesão se transformar em um banal e simples possuir da presença de um corpo e nada mais.

Ainda sentindo o seu cheiro, tentando aceitar de maneira sensível e um tanto triste, qual ao invés de prazer lhe deu vontade de chorar, ela ficou deitada e sem saber para onde poderia manter os olhos fixos e sem suas lágrimas derramar. Tentou sair daquele lugar em pensamentos, mas não conseguiu.

Ele que muitas vezes foi confiante, voraz, ardente, se transformou em um mórbido fracasso sem forças, qual se perdia em tentativas rasgando-se feito papel. Por uma neurose passageira dele, foi indelicado, frio, tolo e sem sentimentos. Ele somente chegou ao auge no tocar de sua pele na dela, mas e em águas se afundou.

Ela tentou em sua delicada harmonia a aceitação, pois também não o queria magoar. Depois de todas às vezes prazerosas, esta foi aquela que não foi.

A confiança lhe faltava e nela ele via os olhos da víbora. Entretanto, ela somente o enxergava com o seu amor, carinho e desejo por um alguém, qual escolheu para amar sem neuras ou tabus. Amor verdadeiro e dedicado com toda a segurança da sua lealdade.

Doeu...

Machucou...

Não houve prazer e um constrangimento óbvio.

Deixando ele falar e fazer o que quis realizar, ela se despedia sem às lágrimas demonstrar. Dando ênfase da sua inerente sensibilidade, qual por dentro e chorando, ela buscava o colo dos seus pais.

Pena que eles eram mortos e na tristeza ela aceitou tudo, sendo só uma menina magoada.

Em seu pensamento ela disse à sí...

""Houve tudo e não haverá nada mais, porque ele não soube confiar no meu amor e nem na minha conduta verdadeira"

Tendo em vista que muitas pessoas não sabem valorizar o amor sincero e muito menos sentem confiança em sua palavra. Os olhos da víbora foram aqueles, quais ele quis e enxergou o tempo inteiro. Ele não sabia de nada e em sua visão poluída, deixava de ver os olhos de um ser humano único.

Em um angelical choro baixinho veio o frio e uma intrínseca tristeza.

Vazio coração de um homem, qual a enxergava apenas na visão sistematicamente ilusória... Os olhos da víbora.

Uma águia que era ela, somente sentiu um adormecer no puro amor que sentia por ele.

Os olhos da víbora foram uma inerte e falsa visão deste homem nesta mulher, cujo em um momento insensível à perdeu.