Simplesmente acontece!
Keila era uma moça simples e muito esforçada, que gostava de estar com a família e possuía uma ligação única com as palavras. Tinha 21 anos. Moça morena, cabelos enrolados e dona de um sorriso encantador. Todos os dias ela chegava cedo na faculdade (era finalista do curso de Pedagogia) ia tomar café e sentava-se do lado de fora do Restaurante Universitário, pois adorava olhar o verde estonteante da natureza. Coincidentemente, todos os dias também no mesmo horário e local passava por ali um rapaz que aparentava ter uns 22 para 23 anos. Moço esbelto, branco, olhos grandes e castanhos claros. Absorto em seus próprios pensamentos, ele não a notava. Apesar de Keila ser uma pessoa extrovertida, ela preferiu ser discreta e passou a dedicar uma atenção especial a essa pessoa que num primeiro instante era um total desconhecido. Os dias foram passando e, a cada encontro, o tal moço começou a cumprimentá-la, olhando-a firmemente e deixando um sorriso tímido escapar dos lábios. A única coisa que Keila sabia era o nome dele e que ele trabalhava na coordenação do curso dela. Um rapaz bastante prestativo, gentil, atencioso e eficiente. Ela sentia-se bem somente em contemplá-lo... Assim como se contempla uma obra de arte. Todos os dias sucediam-se as mesmas coisas. No entanto, quando esse moço passava pelo mesmo local e no mesmo horário de Keila, ele começou a olhá-la por horas. Até que num belo dia, ele estava passando como de costume e foi em direção à mesa em que Keila se encontrava. Cumprimentou-a gentilmente e falou em seguida:
- Olá, moça! Bom dia! Eu me chamo Nando... Posso sentar-me com você?
Keila não conseguiu disfarçar sua surpresa e ruborizando respondeu com a voz quase imperceptível:
- Bom dia! ... Fique à vontade!
Vendo o estado de Keila, Nando deixou escapar um sorriso que mexia com o coração daquela moça.
- Ah, esse sorriso.... Pensava ela.
Nando começou a conversar com Keila e, aos poucos, os dois entraram numa atmosfera tão boa que esqueceram-se das horas... O tempo simplesmente estagnou. Ele já não era mais um estranho para Keila... Aquela primeira conversa foi o estopim para uma linda história de amor.
Ele tinha 23 anos. Solteiro, responsável, trabalhador, um rapaz muito humilde e temente a Deus. Já era estabilizado profissionalmente, formado em Administração, mas isso não o impediu de continuar buscando mais e mais conhecimento. Eles eram diferentes, mas completavam-se de uma maneira tão especial. Todos os dias eles se encontravam no mesmo lugar... Aquele local que se tornou significativo para os dois. O tempo foi passando e a amizade foi se fortalecendo. Eles saiam, conversavam bastante e se davam muito bem. Certo dia em uma de suas conversas com Keila, Nando fez a seguinte pergunta:
- Keila, posso conhecer os seus pais?
A moça deu um sorriso largo e disse:
- Claro que sim! Na verdade eles praticamente já te conhecem... Eu falava muito ao seu respeito antes mesmo de te conhecer...
Nando segurou-lhe as mãos e falou:
- Você não era uma total desconhecida para mim, sabia? Todos os dias quando eu passava ficava te observando. Como se tu fosses a minha sina... Até que decidi falar contigo. E quem diria que estaríamos aqui hoje. Sabe, Keila? As coisas mais maravilhosas da vida acontecem quando menos esperamos.
O dia em que Nando conheceu a família de Keila e vice versa chegou mais rápido do que o esperado. O relacionamento de ambos foi se construindo à base de amor, confiança e muito respeito. Além do temor a Deus, algo que os dois possuíam e não abriam mão. O tempo foi passando... Keila formou-se e logo conseguiu passar num concurso público. Assumindo um cargo de professora da Educação Infantil, seu sonho desde quando era criança. Logo iniciou um Mestrado em Educação e prosseguiu com seus estudos. Nando também iniciou um doutorado e continuou se especializando. Eles iniciaram um namoro e sem demora casaram-se. Eram um casal que não se deixavam dominar pelos problemas... Entretanto, resolviam tudo unidos. Existem pessoas que passam a vida toda ''correndo atrás'' de viver um grande amor... Nando e Keila por ''coincidência'' ou quiçá ''destino'' se encontraram. Seja lá o que for... Simplesmente acontece!