A velha casa da colina
Janelas grandes, por toda a extensão de uma cozinha, davam vista para as colinas mais verdes e saborosas.
Ali cozinhavam dias a fio, regados de um bom vinho, musicas para suas almas, caricias que se confundiam entre beijos e sorrisos.
Um olhar bastava para sentirem que era hora de largar tudo e se amarem como se não houve mais tempo a perder.
Seus corpos se entrelaçavam como linhas de tecer, em segundos não se sabia mais o que era ele e o que era ela, eles eram um só, eram tudo o que necessitavam ali.
O amor ultrapassava as paredes de madeira quente e tornavam-se parte deles também, logo não se sabia mais o que eram os jovens e o que era a mata.
Seus beijos eram quentes, como a lareira que gostariam naquelas noites de frio, logo se tornavam os próprios eucaliptos em chamas.
Viam os filmes e se perdiam dentro das estórias, que de repente, já não sei mais quais eram.
Olho pela janela, que me afaga nesta noite gelada, as margens de meus pensamentos e palavras que escritas não sabem o que senti em tantas noites de carinho e afeto.
Guardo-te no peito junto ao coração que descobri a pouco que possuo que bate no ritmo de cada canção que me guia, de cada pulsar que me mantém viva.
Toco-te neste instante, como já o fiz tantas vezes de forma real, sinto teu cheiro doce em minhas narinas, como se acabace de entrar na casa da colina, teu toque abraça-me, minha alma abraça a tua, elas se unem se perdoam e seguem teus caminhos.