Minhas Recordações- Cap. 8
CAPITULO 8- tudo novo, de novo
Cada detalhe da minha roupa, como meus cabelos estariam arrumados e a cor do meu batom, tudo escolhido para aquela noite linda e realmente seria inesquecível. A partir de agora seriamos namorados, já tinha quinze anos agora e era tudo absolutamente esperado.
Como combinado fui para a nossa praça te esperar, você estava um pouco atrasado, foi então que resolvi descer, para junto da turma, acreditei ter entendido errado o lugar de encontro, mas chegando lá você ainda não estava, junto das amigas, que sabiam quem eu esperava, eu não conseguia prestar atenção na conversa e só pra garantir concordava com tudo o que elas me falavam, o horário era as dezenove horas, mas já eram vinte, depois vinte e uma, vinte e duas, vinte e duas e trinta, vinte e três e nada, não era possível, sim era possível, ele mais uma vez me abandonou, me deixou esperando. E como um trapo humano, amparada pelas melhores amigas, fui pra casa e mais uma vez chorei até dormir. Pensando o porquê de tanto sofrimento, mas decidida a não mais aceita-lo na minha vida.
A semana correu como de costume, cinza, sem vida, assim como o mês seguinte.
Mas a vida estava disposta a ser generosa comigo e quando menos espero um pedido de beijo por parte de um dos amigos da turma me fazendo olhar diferente pra vida. Não podia esperar o Jo a vida toda, o Renato estava ali, esperando pra me fazer feliz, então guardei aquele amor não correspondido em uma caixinha no fundo do meu coração e deixei-me ser feliz um pouco depois de tantas lagrimas e sofrimento.
Como o Renato era carinhoso, tinha um cheiro gostoso, sabia me agradar, sabia me beijar, sabia tudo o que eu precisava e a hora que eu precisava, quantos dias felizes vivemos juntos e de vez em quando, como um fantasma querendo sair da caixinha, as lagrimas percorriam meu rosto lembrando daquele meninão, mas eu as enxugava rapidinho e me deixava ser amada por quem me queria, as coisas estavam querendo ser serias, o Renato queria muito mais que beijos e carinhos, muito mais que encontros na escuridão, ele queria me namorar, me apresentar pra família dele, se apresentar pra minha família, mas eu apesar de gostar de ficar com ele, gostar do seu beijo, do seu cheiro, do seu jeito, eu não o amava, como eu não o amava, que tola, que ridícula, como não amar aquele que tanto me queria?
“perdoa-me Renato, eu gosto de ficar com você, mas eu não quero namorar, se você quiser continuar assim como estamos eu quero, mas namorar não dá, eu não gosto o suficiente me desculpa!”, “eu não quero, só ficar, eu gosto de você”, “desculpa, eu não gosto assim de você, melhor pararmos por aqui” e assim foi nossa ultima conversa, acho que eu havia deixado ir embora uma chance de ser feliz.(...)”