Minhas Recordações cap. VI
Capitulo VI - Perfeito demais para ser verdade
(...) a noite não parecia ter fim, a inquietação, ansiedade tomavam meu sono, mas o corpo pedia para dormir então com uma medida desesperada o próprio cérebro “desliga tudo” e sem perceber eu dormi, mas isso não significa realmente apagar, a cabeça continua trabalhando, dessa vez em formato de sonho, um sonho da realidade que eu estava vivendo, cenas dos nossos encontros não me deixavam dormir, a ponto de acordar por varias vezes com a sensação de boca seca á procura do seu beijo e assim foi uma longa noite.
Pela manhã, com um lindo sol no céu podia-se contemplar. Hora de ver aquele que fazia qualquer coisa perder o sentido sem sua presença.
Então na casa da amiga, risos e conversa agradável, em meio a lindas musicas que expressavam as possibilidades que o amor oferecia, algumas não eram tão agradáveis, confesso, mas mesmo assim eram convidativas. Em sua presença me sentia em um lugar magico cheio de sensações boas, cheio de sentimentos infinitos. Cada toque seu era como se minha pele se abastecesse de algo que era vital para sua existência, que dia lindo tínhamos passado. Na despedida, como sempre cheia de ritual, um olhar tristonho de você para mim, envolveu nosso momento, algo de errado havia, mas por ser sempre desacreditada julguei como “coisa da minha cabeça”, um beijo ainda mais doce do que já havia experimentado, um olhar ainda mais profundo, um abraço apertado e cheio de ternura, “nos vemos logo tá bom, linda!”, “Estarei ansiosa para o próximo fim de semana, vou sentir muita saudade de você!”, “eu também”, “xau!”, “xau!”.
Naquele dia tão agradável que você me proporcionou pude experimentar como seriam os meus dias ao seu lado, mas a vida e engraçada e realmente sem nexo nenhum, ela me ensinou como te amar era bom, como era sublime e cheio de encantamento, mas se esquecera de dizer que tudo isso era limitado e finito, eu mal podia imaginar, mas rapidamente as pedras viriam para estragar toda aquela perfeição.
E mais um lindo sábado chegou, depois de tanta ansiedade, finalmente é hora de te abraçar de novo. Chegando à praça da igreja matriz lá estava você, de camisa social branca de manga longa, calça jeans e sapato marrom, cabelos molhados, lindo como sempre. Era tão bom te observar de longe, seus gestos e trejeitos me encantavam, parecia que meu cérebro gravava cada movimento seu.
Der repente se aproxima uma garota bonita, que te cumprimentava sorrindo graciosamente, seu olhar era de satisfação em vê-la, mas o inesperado aconteceu e ela atrevidamente lhe beijou, roubando todos os meus sonhos e minha alegria, como quase que automaticamente percebi uma leve correspondência da parte dele, mas quando vi as minhas lagrimas já estavam molhando toda minha face, a decepção era nítida, visível a olho nu. Rapidamente virei de costa para que não vissem minhas lagrimas, depois de secas, olhei em direção á ele que caminhava em minha direção ansiosamente, logo me levantei e sai andando tentando fugir de uma conversa indesejada, mas com uma corrida leve ele consegue alcançar-me”, ”eii, eu não sei o que foi aquilo”, “FOI UM BEIJO!”, “mas eu não a conheço, eu juro”, “ nome dela é Leda”. E sem parar a caminhada rápida, as lagrimas insistiam em transitar dos olhos para a face, “pare, por favor, vamos conversar, eu não fiz nada”, uma pausa brusca, “FALE, ESTOU OUVINDO”, “não a conheço, não sei porquê ela fez aquilo, é de você que eu gosto, eu quero ficar só com você, por favor acredita em mim!”, “entendo, mas não estou mais interessada, melhor você ir lá, a coitada não esta entendendo nada, vou pra casa, pra mim a noite já acabou!”. E com ar superior secando cada lágrima, disparei a caminhada, logo percebi que ele já não me seguia e ai o choro com soluços tomou conta de mim, até estar suficientemente afastada dali, quando percebi esta sentada no banco onde o primeiro beijo havia acontecido, chorei de soluçar, até que finalmente recompus minha dignidade e em cada pensamento resolvi que realmente ele não tinha feito nada que a moça havia o beijado, então eu pude voltar para aquela praça, queria o mais rápido possível pedir desculpa, falar que o ciúmes e o medo de perder havia tomado conta de mim por um minuto, mas que agora já estava tudo bem.
Ao chegar onde eu sabia que podia te encontrar, por mais que procurasse era impossível, parecia que você tinha “sumido da face da terra”, aquele lugar não fazia sentido sem você, então uma ida ao banheiro antes de desistir de esperar você aparecer (...)