NOVELA
Era como se ela fosse a única, a mais bonita,
a mais doce voz. Nunca havia ninguém aos arredores, ou, na verdade, sempre havia e era
como se nunca houvesse; pois, seus olhos
eram só para ela.
Palavras bonitas, desabafos e confições
eram ditas em pensamentos, ela não o ouvia,
ela nem podia saber, e, ela estava sempre alí.
Os olhos dela asvezes atrvessavam os seus,
e, ele estava sempre alí !...
Um dia, ela disse:
_ Tá ficando sério!
E, ele disse:
_ Pensava ser só meu esse sentimento...
E ela disse:
_ Sinto também!
Ele gostou do que ouviu, sorriu e, então
se abriu. Mas, ela disse:
_ Não vai dar, não pode ser.
Ele caiu, sentiu e sofreu demais, mas com
o tempo tudo entendeu e se reergueu.
E aí, novamente ela disse:
_ Tá difícil segurar a onda!
Isto foi tudo que ele queria ouvir.
_ Então abaixe a guarda, ele disse.
E, denovo, ela disse:
_ Melhor não! Não quero correr o risco...
Ele repetiu:
_ Então abaixe a gurda!
E outra vez ela disse:
_ Não pode ser, deixemos tudo como está!...
Mais uma vez caiu. E foi pior agora.
_Mas,...
Ele tentou insistir.
Quando ela disse tchao.
Ele ainda quiz dizer:
_ Mas, e...
Ela disse tchau e se foi.
Com ela, foi também toda a esperança dele,
e, logo, fez-se dele as palavras dela:
" Tá difícil segurar a onda!"