A MINHA PRIMEIRA CARTA, FOI PARA MINHA MÃE
Mãe.
.... Sai naquela manhã sem rumo,
sem sentido, como um covarde fui,
me reprendeste por falhas cometidas,
mas ignorei seus ensinamentos,
e adolescente por liberdade,
bati pé, e cai no pecado da estrada.
E subordinado a sorte da rua,
jogado pra lá e cá na sarjeta estive,
mas graças ao tiranos sardentos,
o meu medo te ser castigado,
e saber que de longe oravas por mim.
Mas de cá orava também,
a saudade da caminha quente,
comidinha na hora, e seu conforto.
Mãe juro não esqueci não, como lembro,
Seu belo sorriso brilhante,
do seu olhar vibrante, em total calmaria,
mãe... sinto em meus ouvidos sua fala,
e juro como estou arrependido...
Mas vida que se segue na vida.
Sobrevivi... Pois meu orgulho de ignorância,
capricho de vencer, de dar a volta por cima.
A ferida se fez cicatriz,
e na dança que é hoje ou deixa pra amanhã,
o tempo foi passando, a magoa foi aumentando,
e homem me tornei um amargo,
e não vendo graça mais na vida,
solitário e longe de minha raiz,
esqueci de semear amor.
Mas em um ato divino, através da leitura,
comecei a escrever esse alguns textos,
e sem saber que tinha dom,
escrevi minha primeira carta, e você mãe,
me pediu pra que teu voltasse pra casa.