A MINHA PRIMEIRA CARTA, FOI PARA MINHA MÃE

Mãe.

.... Sai naquela manhã sem rumo,

sem sentido, como um covarde fui,

me reprendeste por falhas cometidas,

mas ignorei seus ensinamentos,

e adolescente por liberdade,

bati pé, e cai no pecado da estrada.

E subordinado a sorte da rua,

jogado pra lá e cá na sarjeta estive,

mas graças ao tiranos sardentos,

o meu medo te ser castigado,

e saber que de longe oravas por mim.

Mas de cá orava também,

a saudade da caminha quente,

comidinha na hora, e seu conforto.

Mãe juro não esqueci não, como lembro,

Seu belo sorriso brilhante,

do seu olhar vibrante, em total calmaria,

mãe... sinto em meus ouvidos sua fala,

e juro como estou arrependido...

Mas vida que se segue na vida.

Sobrevivi... Pois meu orgulho de ignorância,

capricho de vencer, de dar a volta por cima.

A ferida se fez cicatriz,

e na dança que é hoje ou deixa pra amanhã,

o tempo foi passando, a magoa foi aumentando,

e homem me tornei um amargo,

e não vendo graça mais na vida,

solitário e longe de minha raiz,

esqueci de semear amor.

Mas em um ato divino, através da leitura,

comecei a escrever esse alguns textos,

e sem saber que tinha dom,

escrevi minha primeira carta, e você mãe,

me pediu pra que teu voltasse pra casa.

AJ Santini
Enviado por AJ Santini em 13/05/2018
Reeditado em 14/06/2018
Código do texto: T6335100
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