Porta fechada!
Imaginei pedacinhos de você por todas as partes... imaginei você no sofá, na cadeira e na minha cama... imaginei seus passos no chão e cada centímetro do seu caminhar... a casa toda tem o seu cheiro imaginável por mim... Não sei se tive um medo maior de perder você, ou de perder esta sua presença que eu criei dentro do meu espaço e dos meus dias enquanto você esteve presente...
Você rasgou meu coração e entrou de uma vez dentro dele sem medir as consequências... você me quis superficialmente por algumas semanas, fazendo com que eu perdidamente gostasse de você... fiz planos, levantei castelos e até estava decidida a ser a mulher mais dócil e amorosa de todas as que já conheceu, apenas para te agradar.
Que bobagem a minha, você nunca se agradou comigo e nem com a minha independência, talvez você quisesse alguém muito diferente, que apenas seguisse os seus passos... criei uma ilusão sobre você, e hoje me sinto aberta para receber esta realidade nua e crua, de que você é alguém muito solitário e disposto a se jogar em todas as aventuras que aparecerem em sua porta...
Meu sentimento era pleno demais para entender a sua imaturidade e os seus sentimentos tão vazios... Pouco importa agora por onde você anda e com quem estás, pouco me importa se és feliz ou se a solidão te atormenta, agora o que me importa é o amanhã que abriu as portas da ternura e da esperança para me receber, o que importa agora, é que eu abri as portas novamente para mim, e finalmente fechei todas as portas para você...