MEU CONTO DE FADAS

Sim. Era com ela que nas noites sonhava

Num longo vestido azul de cetin

com pedras brilhantes entornos

e delicados babados marfim.

Era linda, ah como era linda!

E a fragrância de seu perfume?

Um cheiro por ninguém nunca sentido,

Mas que para mim era um costume.

Sua pele macia como o algodão

Que aquece no frio do inverno

Sua boca vermelha e doce

Quente como um colo materno.

Um olhar meigo e reluzente

que para dentro da alma olhava

ao mesmo tempo em que o desejo

instintivamente me aflorava.

O rosto sereno e angelical

e o corpo de tom alvo luar

A voz suave, baixa e calma

E um coração para me amar.

No meu coração de apaixonado

Assim era a princesa dos meus anais

uma cinderela amante e formosa,

com traços dos tempos atuais.

Com hábitos, costume e coragem

de uma mulher de um novo tempo

onde nada no amor é proibido.

Assim foi desde o primeiro momento.

Assim são os contos de fada

Que pouco muda na vida real.

Não importa quem nós amamos

Pois o amor sempre é igual.

Como disse,

Na vida real não importa quem nós amamos,

Pois o amor é sempre igual

E todos nascemos assim:

livres para amar e ser felizes

ao lado das pessoas que escolhemos para viver juntos

e partilhar mais um conto de fadas

em época que gênero é apenas uma palavra gramatical.

Paulo Roberto Fernandes
Enviado por Paulo Roberto Fernandes em 14/03/2018
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