ROMANCE; A VITRINE (O meu lado Desconhecido)

Capitulo XIV.

O meu lado desconhecido.

Algumas vezes o destino irá jogar muita coisa na tua face, mas não desista por causa disso. Na verdade existe um proposito muito maior por trás de todos estes "VERDADE OU DESAFIO" da vida. Eu recordo-me de ter passado 8 meses sem ver a Karoline, um de nós provavelmente já deveria ter tomada um caminho alternativo, seguido em uma outra estrada, mudado de veiculo ou pegado uma carona com alguém. Porem ambos estavam super lançados em seus objetivos pessoais e profissionais. Falávamo-nos bem pouco pelo Messenger, todas as vezes que o cursor do bate-papo dela ficava verde, meu coração disparava. Ela foi minha terapeuta a distancia, sempre que possível verificava como estavam as coisas. Ela não mencionava se estava com alguém, ou se ela e eu ainda estávamos juntos. Estávamos sendo engolidos por nosso dia a dia, e ainda sim remendando nossa distancia com pequenos pedaços de diálogos. Existia mesmo algo muito marcante entre ela e eu, mesmo agora afastados por milhares de quilômetros, nossos GPS ainda se localizavam.

Ainda lembro da conversa com tive ela por telefone a respeito do meu grande trauma de infância, aquilo era uma bomba, uma arma nuclear dentro de mim, e eu resolvera mostrar os dispositivos que acionavam aquela grande catástrofe em mim. Karoline conheceu naquele dia, O MEU LADO DESCONHECIDO. Todas as vezes que conversamos eu tomei a iniciativa de compartilhar com ela, todas as minhas dores, minhas tempestades, minha crises existenciais. É possível que o medo de perde-la estivesse me motivando a mostrar meu lado obscuro à ela, e ela me surpreendeu por diversas vezes, ao invés de afastar-se, ela procura me conhecer mais ainda, queria entender meus medos, minhas defesas. Ela conheceu cada uma de minhas fraquezas, contei a ela sobre o meu relacionamento com uma jovem chamada Juliane, moça bonita, cheia de vitalidade porém uma completa meretriz. Enganou-me durante 1 ano e meio, estudávamos na mesma escola. Aquele amor juvenil cheio de planos infundáveis e ideias absurdas. Juliane era uma boa pessoa, desde que não fosse sua namorada. Imagino que na época do colegial ela houvera pegado todos os meninos das 4 turmas do 3º ano, eu era apaixonado demais para enxergar o quanto aquela moça era desleal, manipuladora e dissimulada. Só passei a enxergar a verdadeira Juliane, quando ela apareceu gravida aos 15 anos de idade, e é claro que o filho não era meu. Eu era um tanto ultrapassado para ter coragem de levar alguém para cama naquela época, sonhava em casar virgem, para que minha esposa fosse a primeira e única pessoa a me ter. Juliane foi minha primeira grande frustração amorosa, mas eu era jovem, imaturo e tinha muita fé de que tudo seria diferente da próximo vez. Quanto equivoco da minha parte, meu segundo relacionamento foi aos 19 anos com uma jovem chamada Graziella, de 18 anos. Era uma jovem dedicada à família, aos amigos, supostamente dedicada ao nosso relacionamento também, após sete meses juntos, eu descobri que a Graziella ficava com o melhor amigo dela, e que babava todas as fotos que ele publicava nas redes sociais. Ele era um cara entre 24 à 26 anos, formado em engenharia civil, para uma mulher como ela que curte a vida fácil e usa a beleza para conquistar o que quer, aquele cara era um super alvo. Ela fazia de tudo para me esconder, e eu mais uma vez cego de paixão, não percebi. Nunca quis me apresentar aos familiares, nas redes sociais escondia que éramos alguma coisa. Eu narrei à Karoline, cada episodio que me tornara quem eu sou, depois da Graziella, eu precisei de exatos 4 anos para gostar de alguém novamente, e era ela: Karoline. Eu viajava diariamente em meus pensamentos até aquela tarde chuvosa de sábado. em meus pensamentos estavam muito vivos cada momento que passamos juntos. Nosso primeiro beijo, aquela noite maravilhosa em que nos entregamos um ao outro, eu não fui o primeiro cara da vida da Karoline, mas ela foi minha primeira vez e de acordo com as minhas idealizações, ela deveria ser a única.

No dia 8 de agosto de 2006, enfim o tão sonhado reencontro. Karoline voltou à Paragominas ela passara 1 mês inteiro, retornaria no dia 11 de setembro. Munido destas informações, não perdi um único dia, fiz questão de estar com ela todos os dias daquele mês, e por sorte tive a compreensão da Emily, Erika e Mel, que embora fossem mega ciumentas com o "irmão" mais velho, torciam muito por minha felicidade. Devido o trabalho umas 4 vezes eu falhei em estar com ela, mas a Karoline era maravilhosa, sempre me apoiava muito em tudo o que eu decidia fazer, assim como eu a apoiava. Ela partiria em breve, mas precisava resolver uma ultima pendencia, me convidou para jantar com os seus pais, e somente quando eu cheguei eu me informou do que se tratava:

- (Karoline) Amor! Eu te chamei aqui porque quero resolver um assunto muito importante.

- Pode falar Karoline! O que aconteceu?

Embora a pergunta fosse direta, eu tive medo da resposta. Eu imaginei tantas coisas antes dela falar qualquer palavra, que não daria certo, que ela iria embora de vez, ou pior: que já estivesse gostando de outra pessoa. Meu coração estava sendo moído por dentro. Eu queria era entrar em coma de novo, ou ter a minha Dama de Vermelho de volta, para eu esconder-me embaixo dela, Karoline interrompeu minhas indagações e respondeu com um tom bem calmo e seguro:

- (Karoline) Eu não quero mais ficar com você Carf!

- Eu sabia que seria isso! Só não quis acreditar

- (Karoline) É, mas é isso mesmo. Agora você vai entrar comigo por aquela porta, e vamos falar juntos aos meus pais que você e eu não iremos ficar mais, porque você não pode ter uma mulher incrível como eu, e só ficar por ai se agarrando sem compromisso. Eu quero muito ser sua namorada Sr. Carf, ser quem reside ai nesse coração enorme, e agora que eu conheço o teu lado desconhecido, eu não tenho mais duvidas de que é isso que eu quero. E como diria sua irmã: "Se você não entrar lá comigo agora, eu quebro isso que você chama de cara" (risos)

Mais uma vez eu era o homem mais feliz daquela cidade, e tinha ao meu lado após longos 8 meses de espera, a mulher mais linda e incrível do mundo. O jantar estava incrível, conversamos a noite toda, o pai da Karoline apesar de ser um fazendeiro muito bravo e temido, quando se tratava da filha, ele desmoronava. Tudo o que a fizesse feliz, tinha a benção dele. Embora o jantar estivesse maravilhoso, tenho certeza de que o Sr. Andrade, envenenaria minha taça de vinho, se soubesse o motivo da mobilização da filha, para realizar aquele encontro. Naquela noite eu aprendi uma grande lição com a Karoline. Durante 4 anos eu fui frio, distante, indiferente a todos que me falassem de sentimentos. E o amor nunca me visitou, pois ele não pode habitar em lugares sujos, ele precisa encontrar a casa limpa, ou ao menos o interesse em limpa-la. Quando eu conheci a Karoline, eu joguei fora todas as minhas alto defesas, minha frieza eu transformei em lareira, sei lá mas... E se ela assim como eu precisasse se aquecer? Karoline me mostrou que para amar, precisamos mostrar o nosso lado desconhecido, mostrar nossas feridas, nossas angustias, tristezas, tempestades, traumas. E torcer para que a pessoa que esta ali como embaixador do amor em nossa vida, decida ficar e ajudar a arrumar tudo. O amor é uma eterna construção, e você não veio para esta obra para ficar dando ordens, apontar o que deve ser mudado, não meus caros! Você deve arregaçar as mangas, e mostrar através de gestos e ações que deseja tanto quanto o outro, ver os prédios de realizações serem erguidos em suas vidas. Eu levara 4 anos retendo material, escondendo escombros, mas alguém arregaçou as mangas, me puxou pelo braço, e me mostrou que era hora de se reconstruir. Foi o melhor mês da minha vida, enfim eu tinha ao meu lado, não na frente, nem atrás, mas ao meu lado, a mulher mais incrível do mundo. o amor entre nós era invejável, éramos como dois adolescentes, descobrindo-se, amando, fazendo planos. Karoline foi convidada para jantar na casa da família Galvão, todos estavam eufóricos para conhecer a mulher sobre quem eu falava 24 horas por dia. Foi uma daquelas noites memoriais em que tudo parece um filme. Eu tinha certeza de que todos iriam amar a Karoline, doce, amável, atenciosa e CIUMENTA. Eis ai o que fazia meu coração tremer, era o encontro de Titãs do ciúme. Emily, Erika e Karoline. Eu pensei em chamar o esquadrão antibomba, a CIA, O grupo de operações espações especiais, embora eu estivesse feliz, temia que naquela noite fosse desencadeada a 3ª guerra mundial. (Risos)

Ao contrario de todos os temores, quem ficou com ciúmes naquela noite fui eu. As meninas estavam apaixonadas por Karoline, Sra. Leia Galvão conversara com a Karoline, como se fossem amigas de infância, e como o Sr. Carlos, tivera que sair em uma daqueles emergências, eu fiquei ali, sentado no sofá, abandonado junto com as almofadas. Karoline e a Sra. Leia junto com as meninas, já faziam planos para o próximo jantar. Pelo visto, no próximo jantar eu lavaria os pratos e nem sentaria a mesa. Já passara das 23h34min quando elas lembraram que eu existia.

- (Karoline) Amor! Você tinha toda razão, sua família é linda!

- Mas eu nem tenho família, você os tomou de mim.

- (Karoline) deixa de ser bobo! Elas te amam e eu nunca irei te substituir, não é meninas?

- (Meninas) é sim tia Karol!

Já estão até intimas, nem eu chamo Karol.

- (Leia) Obrigada por terem vindo, e Karoline, obrigado por cuidar bem deste rapaz, ele é um tesouro em nossas vidas e torcemos para que tudo dê certo. Você não poderia ter escolhido melhor! Tenha certeza.

- (Karoline) Obrigada Leia! Cuidarei muito bem dele, mas vocês me ajudam não é meninas?

Foi maravilhoso cada minuto ali, após nos despedirmos de todos, eu levei a Karoline para um lugar bem afastado da cidade, para os cristãos era chamado de "MONTE", para a população em geral, PIÇARREIRA. Era uma pequena montanha, na verdade apenas um ponto mais alto da cidade, de lá era possível enxergar toda Paragominas, e as luzes da cidade não interferiam no espetáculo das estrelas no céu. Era o cenário mais do que perfeito para duas pessoas apaixonadas trocarem juras de amor. Abracei a Karoline, eu a carreguei em meus braços e a beijei intensamente, eu queria dizer muitas coisas, mas beija-la era a forma mais sensata de faze-la sentir todos os meus sentimentos explodirem aqui dentro de mim.

E naquele momento, pelo menos para ela e para mim, não havia mais um LADO DESCONHECIDO. Caminhamos ao encontro do amor e do desejo. Não buscamos lições, nem a amarga filosofia que se exige da grandeza. Além do sol, dos beijos e dos perfumes selvagens, tudo o mais que procurávamos, já estava em nós. Éramos livres para amar, sentir, querer. Karoline quebrou todos os meus grilhões. Quando eu estava com ela, eu era tudo o que eu queria ser, sem disfarces, sem mascaras, eu poderia chorar, desmoronar, bagunçar o meu sorriso, não importava quão profundo fosse a dor, ela estava lá, sem julgar-me, ela me abraçava e sempre dizia que tudo ficaria bem.

Karoline não era apenas uma veterinária, ela era a minha cirurgiã. Todas as vezes que o meu coração ia mal, ela o operava com suas palavras e carinho. Dizem que as expressões do corpo condena o que sentimos, se assim for mesmo, meu corpo inteiro vivia à gritar ao mundo, o amor que eu sentia por Karoline. E não eram apenas as expressões do meu corpo que pertenciam a ela, a minha vida toda era dela. Enfim, os bons capítulos de um livro ruim começaram a surgir, e tinha um nome: KAROLINE!

#Continua

(Carf)

Hámilson Karf
Enviado por Hámilson Karf em 28/02/2018
Código do texto: T6266812
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