Uma carta sem direção.
Um fato aconteceu curiosamente em uma escola no interior de Pernambuco.
Una antiga escola secundária desativada a una vinte anos atrás, estava em processo de demolição, porém, um rapaz, que estava como servente daquela obra, que não sabia ler ou escrever, achou um papel de caderno, aparentemente muito velho, preso por uns chicletes embaixo de das mesas que ia ser descartada. Este rapaz colocou o papel em seu bolso e mais tarde levou para casa.
Desta antiga escola só tinha uma ex funcionária, já, centenaria, na cidade.
O rapaz mostrou o papel a sua esposa e ele não conseguiu desvendar o que tinha escrito, as letras, estavam quase ilegiveis, mesmo ela viu a data, que continha:
Buenos Ayres, 27 de dezembro de 1918.
Buenos Ayres, era a cidade, o que chamou a atenção foi que ao final daquele conteúdo, tinha o carimbo da direção da antiga escola.
O conteúdo chamou a atenção e logo estava noticiado na rádio local , que se acaso alguém soubesse dessa carta se apresentasse na rádio para desvendar o mistério.
Então, para surpresa de muitos, a senhora simpática e centenaria, apareceu na rádio para ver o tal papel, com quase também cem anos.
Quando, a senhora pegou o papel, logo, ficou, abalada e começou a narrar, ao vivo para toda cidade:
Buenos Ayres, 27 de dezembro de 1918.
(A cidade praticamente parou geral para ouvir.).
Me chamo Carlos Brumerio, tenho 16 anos, moro aqui desde que nasci.
Não sei por quanto tempo esta carta ficará escondida, mas, quero registrar um pouco do que já me ensinaram, aqui, sim, na Escola Joaquim José,
fui matriculado com pouca idade, consequência da falta de alimento em minha casa, aqui, meus pais, encontraram, pelo menos uma refeição digna para os dias da semana, me deixavam aqui, para que, eu, pudesse me alimentar.
Sou um aluno bem normal, talvez até traquino, ontem mesmo, fui com um colega até a sala da diretoria e carimbei este papel, achei tão parecido com os papéis e documentos que saem de lá, que resolvi escrever algo.
Estou atrasado nos estudos, com a minha idade e ainda estou na sexta série, mas, tudo bem.
Hoje, algumas pessoas estão se preparando para ir ao observatório da escola e ver a linda estrela que dizem só vai reaparecer daqui a cem anos, uau, muito tempo.
Se, eu vivesse cem anos, diria:
Meus netos e netas, que serão muitos, já que vou casar cedo, ha ha ha, entre a aparição desta estrela e a reaparição, teve um intervalo de cem anos, a escola já não existe, deu lugar a um amontoado de lojas e perdemos na cidade o direito de aprender e aprendemos a comprar, claro, comprar pouco, por que o salário de quem não estuda acaba sendo pouco.
Esse amontoado de lojas, serve para turistas que compram, pois, são de outros locais, que tem suas escolas e alunos que se dedicam aos estudos.
Vamos dar valor ao que vocês tem hoje, a educação é algo que não se tira de ninguém, por e a tempo, decidi estudar para dar educação em outra cidade para os pais de vocês, já que aqui não tem uma escola.
Deus os abençoe, de seu avô.
A senhora terminou de ler e disse:
O autor desta carta não teve netos, nem mesmo filhos, partiu muito cedo, num acidente, enquanto trabalhava num sítio para ajudar os pais.
Ela, então disse, estamos em 2018 e o apelo daquele garoto do século passado,não mudou, estão derrubando a única escola, que ne verdade nem funciona a 20 anos. De acordo com esta carta estrela vai aparecer este ano e não vamos ver, pois, o observatório, também não existe mais.
Então o locutor, completou:
A realidade é que nem sequer sabíamos que existe uma estrela que passa a cada cem anos. Veja como este escritor relata nossa vida, o rapaz que trouxe o papel, não sabia ler ou escrever e está trabalhando para contruir um,shopping na área đa antiga escola.
Infelizmente esta realidade acontece com todo nosso país, não valorizamos a educação e nos treinam desde criança sermos consumidores compulsivos, pois, fica fácil dominar uma sociedade onde exista analfabetismo e fome, mas, que garantam seu pouco dinheiro para comprar até o que não precisam.
Obs.: Não há aqui qualquer relação verídica com cidade, que existe de fato ou mesmo fabricar conteúdo de ódio contra nenhuma autoridade estabelecida na cidade em questão, foi posta, apenas, para ilustrar o conto.