O abraço de Ana
Um sorriso sincero surgiu no rosto de Ana. Ela podia passar a tarde inteira observando o seu amado vir em sua direção. O seu jeito de andar, como um homem da corte. Ombros largos, passos firmes, cabeça erguida. Ele tinha um brilho no olhar que lembrava as estrelas. Ana adorava deitar sobre seu peito e observar seus olhos que viam o além - tão distraído.
Mas aquela visão poderia ser ainda melhor. Ana sentia algo se aproximando quando ele chegou mais perto. Um encontro de almas? Seu pedaço que faltava? Sua essência ficando plena?
Ela não sabia. Mas, aguardava aquele abraço. E ele veio. De braços abertos e a apertou. O mundo havia silenciado em reverência àquele ato. Era uma coberta em noite fria. Cheiro doce de roupa lavada. Beijo de mãe antes do sono. Refresco em dia de calor. Era reconfortante.
Ana recostou a cabeça em seu ombro e fechou os olhos, enquanto apertava as costas do amado. Não queria perdê-lo nunca. Se pudesse colá-lo ao corpo e eternizar aquele momento em uma moldura, assim faria. Este era o abraço de Ana.