Pedra!
Num canto entre rochas de sustentar catedrais, ali , sabe-se lá quando, depositou-se uma pedra em preguiça de sono que nunca passou.
Ao lado, ainda mais minúscula, um fragmento lhe fez companhia vindo do espaço em viagem final de aventura e absurda elipse calculada.
Viveram seus dias como se fossem séculos de aptidão na inamovível fé em ser minério silencioso a observar a incompreensível velocidade das coisas.
Musgos , líquens, plantas e insetos de todo tipo passearam sob suas sombras minguadas ante os totens que dominavam a paisagem.
Quem , poeticamente humorado, passasse por ali e se detivesse por nada , mas que observasse bem o arranjo que de harmonia se mostrava, poderia imaginar uma história de amor...
A pedra primeira a ser deixada ali, sem significado, ganhou o encanto de outra que lhe sucedera e em seu interior substantivo, criou um sentimento permanente e gigante que não se podia pesar. A pequena, então protegida, tratou de ser agradável por sentir-se em casa, após tanta viagem no éter.
E , nesse sonho em poesia perene vista nas faces daquelas pedras , o mesmo passante atento, veria a felicidade fundida nas intrínsecas moléculas que deram origem a esse momento.