ONDE ELA ESTÁ - O Amor irá nos separar – Parte II
O Amor irá nos separar – Parte II
18 de Novembro de 2017
“Sentiu minha falta? Acho que não…
Acho que ninguém sentiu nesse tempo que fiquei ausente, brincando de ir e vir do hospital. Sabe o que eu aprendi com isso? Que o suicídio por vingança não mudará nada no mundo, você acha que as pessoas sofrerão por sua perda, mas elas seguirão a vida como se você não existisse, mas, pelo menos, a minha dor sumirá.
Estou aqui no Ibirapuera agora olhando esse maldito lago e imaginando quem eu poderia afogar aqui junto com os meus sonhos que se foram.
Sim, hoje eu acabarei com tudo e sabe o que é mais engraçado? Eu não voltei com ela, nem pelo menos eu a vi uma última vez para me despedir, eu não melhorei, eu não recebi uma droga de uma visita de pessoas que eu achava que se importavam comigo, você não chegou a tempo. Eu falhei em tudo e com todos.
Só quero pedir desculpas a todos pelo meu ato “Egoísta” mas chega uma hora em que não aguentamos mais. Então abrace as pessoas que você ama, nunca deixe para o amanhã suas vontades e tente fazer deste lugar insuportável um lugar apenas suportável e se alguém lhe perguntar quem fui eu, jamais responda, pois se eu cheguei aqui sem saber, não é você que saberá a resposta.
Espero que um dia se meu filho souber que eu existi, ele me perdoe, espero que meus familiares também.
Sinceramente, eu achei que conseguiria mudar, achei que tudo seria diferente, mas não foi...
Onde ela está? Feliz, seguindo a vida dela, conquistando cada vez mais e eu fico feliz por isso ao final de tudo, pois apesar de tudo, fora ela quem me deu a vontade de viver e rir de qualquer coisa e lutar pelo que infelizmente não consegui.
Hoje, esse começo de tarde está igual à minha alma e esse 18 de novembro sempre será uma data comum, mas nessa data eu te peço, sempre escute “Love will tears us apart” ou “10:15 on Saturday Night” afinal o título de minhas cartas saiu de um trecho dessa letra.
A procissão passa e meu sangue derrama
Apenas a glória de pessoas a quem ama
Falar com pessoas enquanto choramos
Passam-nos uma falsa sensação de alívio
Apenas ficou observando um grande jardim
Observou as nuvens passando no céu
Tento lutar contra este momento
Passando uma fúria que nos queima por dentro
Como uma criança choro agora pelos outros
Sem uma esperança apenas caindo em desgosto
Queimando por dentro sinto uma forte ilusão
Aceitar a minha vida como algo sem sorte
Apenas ficou observando um grande jardim
A visão do inferno agora chegou
Nenhuma ação pode determinar
As nuvens formando a morte de quem for
Se existir vida após a morte eu te encontrarei.
Adeus
Vincenzo Ferrari”