A SECRETÁRIA

Ela jamais imaginou que aquele vendedor lindo tiraria seu sossego.

Lorena era uma pessoa doce, atenciosa, bonita e uma secretária dedicada.

Seu chefe tinha certa queda por ela, muitas vezes tentou forçar algum tipo de intimidade, coisa que ela nunca permitiu, sempre fugiu das suas aproximações maliciosas.

Ela agia profissionalmente, discreta em todos os momentos.

Quando percebeu que seu chefe pedia para que ela chegasse mais cedo porque tinha segundas intenções, ela aguardava os outros funcionários para não ficar a sós com ele.

Fez isto por muito tempo, pois estava difícil sair dali, já havia alguns anos trabalhados e o chefe era malandro, não queria pagar seus direitos trabalhistas, além que, encontrar outro emprego não estava nada fácil.

E ainda tinha as mensalidades da Universidade para pagar. Durante este período, Lorena conhece Diógenes, um fornecedor de embalagens que segundo ele, era da sua própria empresa.

Era um rapaz jovem, bonito e de boa conversa. Quis logo saber quais os sonhos de Lorena, que lhe contou tudo.

Ele diz: _Vou abrir outra empresa, você não quer ser minha sócia?

Ela ficou fascinada com a ideia.

A esta altura Diógenes também já havia conquistado o coração de Lorena.

Ele bem mais novo que ela, mas nunca lhe incomodou namorar homens mais novos, estava entediado com o nojento daquele chefe, bem mais velho, que lhe assediava.

Era vulnerável a paixão e estava encantada com a proposta de Diógenes.

Foi presa fácil para ele. Trouxe para seu lado.

Ela queria sair daquele emprego e agora tinha o apoio do seu mais novo e deslumbrante amor.

Para que ela não tivesse dúvida, ele a pediu todas as xérox dos seus documentos, segundo ele, era para abrir a empresa no nome dela.

Quando contou para a família, ninguém concordou afinal ele era um desconhecido. Ele muito bom de lábia, a convenceu que seria tudo muito bom.

Final do ano, ela envia para sua futura “sogra” um belíssimo arranjo de rosas brancas.

Encontravam-se todos os dias no final do horário de trabalho. Diógenes tinha ganhado totalmente a confiança de Lorena.

Certo dia, ele diz: _Lorena, eu preciso de dinheiro para dá entrada em nosso negócio.

E inocentemente ela pergunta: _Quanto você precisa?

_Ah, por enquanto só quero dois mil reais, mas depois eu lhe pago.

Outra vez ela fala para a família, que aconselha não fazer isso.

Bruscamente ela responde para a mãe: _ O dinheiro é meu, faço o que eu quiser.

A mãe muito chateada ficou calada.

Ela pede que a irmã faça um cheque administrativo, pois o dinheiro se encontrava na conta dela e como já havia dado tal resposta à mãe, ela fez e o entregou.

Ele a leva até a Universidade, neste dia, pois também ia buscar o cheque. Sua irmã o conhece e não gosta nada do tal rapaz.

Ainda fala: _Se você enganar minha irmã, vai se vê comigo.

Ele nem responde.

Lorena entrega o cheque para Diógenes e se despedem com um longo beijo.

A partir daquele momento, ele conversa cada vez menos com ela, já não se encontram mais como antes, somente quando ele precisa que ela trocasse alguns cheques para ele.

Uma vez ele liga para ela, quem atende é a irmã que ficou muito brava com ele. Lorena pacificamente pega o telefone e novamente marcam um encontro para trocas de cheques, que sai de casa falando que vai resolver problemas do trabalho e passa mais tempos do que deveria. O que fez com que sua irmã desconfiasse e mexesse em seus pertences, quando descobriu que havia saído mesmo para encontrasse com Diógenes.

A distância entre os dois estava cada vez maior.

Agora ela havia perdido o emprego e teve que trancar a Faculdade.

Que falta fez aquele dois mil reais, daria para pagar quatro meses de faculdade.

Fazer o que não iria nem comentar com a família que desde o início foi contra aquela decisão.

Certo dia, Diógenes liga para a empresa onde Lorena trabalhava e procura por ela. É informado que não trabalhava mais ali.

Pensa ele: _“Claro que ela sacou a indenização, vou pegar mais um pouco de dinheiro!” Imediatamente liga para a casa dela.

_Ah, soube que você saiu da empresa, precisaria que você me emprestasse mais um pouco de dinheiro para comprar equipamentos para a nossa empresa, dá para você me emprestar?

_ Sei que ainda estou devendo o outro, mas vou lhe pagar.

Seria burrice, emprestar-lhe dinheiro novamente.

Disse-lhe: _Não dá, não estou mais com o dinheiro.

Deste dia em diante nunca mais Lorena soube notícia de Diógenes, nem quis mais falar sobre o assunto.

Marlene Rayo de Sol
Enviado por Marlene Rayo de Sol em 26/10/2017
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