O PEQUENO CONTO DE AMOR

Numa quarta feira chuvosa, Renato desceu do carro e correu até floricultura. Limpando os pingos da camisa, abre um sorriso e pede ao vendedor:"Amigão, você pode fazer pra mim um buquê de rosas colombianas vermelhas?"

O vendedor bem humorado respondeu na hora:"Claro! É pra já! É aniversário da esposa?"

"Não, não. Hoje merece sorrir." Emendou Renato.

"O senhor fez alguma coisa errada?" Continuou o curioso vendedor.

Pacientemente, Renato diz: " Claro que fiz. Eu deveria fazer surpresas mais vezes, mas o loucura do dia-a-dia me atrapalha um pouco..."

O invasivo vendedor insistiu:"Sua esposa faz tudo isso pra você?"

"Faz muito mais!" Interrompeu Renato."Ela me faz ter vontade de mandar flores numa quarta-feira chuvosa e com um simples sorriso faz meus dias chuvosos ganharem um sol."

"Muito bonitas suas palavras. Senhor deve falar isso sempre pra ela." Asseverou o curioso, apoiando o próprio queixo.

"Engano seu. Mas meus olhos a encaram com eternidade. O amor de verdade é para ser demonstrado com o reflexo das palavras e não com palavras por reflexo." Brincou Renato.

"Senhor me deixou confuso..." Sorriu o jovem atendente.

"Não se preocupe com isso. Vai chegar sua hora. O momento em que os corações conversam por pensamento e as explicações se perderão em um olhar."

"Mas o que o senhor espera dela?" Questionou o vendedor.

"Espero apenas que ela saiba para onde voltar, todas as vezes que suas mãos precisarem das minhas se soltar. O resto é apenas a consequência. Por falar nisso, mande dois buquês e chega de conversa. Também preciso trabalhar."

Ambos sorriram e Renato se foi.

Moral da História: Não cobre o amor da pessoa que você escolheu para dividir o seu amor. Construa motivos para sua metade saber para onde voltar.