ONDE ELA ESTÁ? - Capitulo IX - Eu ainda gosto dela

IX – Eu ainda gosto dela

1 de setembro de 2017, Lisboa – Portugal

Doni já estava acostumado a rotina de receber as cartas de Vincenzo, então assim que chegou do seu trabalho, pegou a carta de seu amigo para continuar a ler, sentou-se em seu sofá já estava com os fones de ouvido esperando a próxima música a ser indicada.

“São Paulo,28 de agosto de 2017

Fala senhor Doni, nove dias seguidos juntos. Aqui no Brasil é segunda-feira temos esse delay de datas não é? Lembra do apelido que você me deu de Paulo Honório? Pois eu sempre esperava acontecer e nunca ia atrás, eu parecia nossa colega “Enlouquecida” acredito que mudei um pouco disso, hoje corro atrás de meus sonhos, apesar de que sem Elisangela tudo se torna quase impossível. Você tem alguém que não vê ha tempos que te magoou e mesmo assim gosta dela? Então lá vai para você “Skank – Ainda gosta dela”

Eu hoje fui em uma visita no Jabaquara e adivinha de quem eu lembrei? É um Cazzo, será que tem alguma coisa que não me lembra a Elisangela? No Jabaquara as vezes pegávamos o ônibus para ir para casa dela quando ela saia do SENAC. Encontramos até nosso colega Ned que trabalhava com a gente naquele lugar cheio de computadores e atendentes.

Voltando..

Eu na verdade passei no processo seletivo dessa empresa em que entrei em Abril, mas só foram me chamar em Julho/15, dia oito para ser exato, fui fazer o suporte técnico de máquinas de cartão de crédito e débito, o horário? Das 17:20 até as 23:40. Era horrível, pois os desencontros entre eu e a Elisangela eram enormes. E conforme a distância, mais os desentendimentos, nada que não pudéssemos contornar e ficar bem de novo. Ai vai um dia triste para mim.

30 de julho de 2015

Meu aniversario de vinte e cinco anos, cheguei longe pra quem tentou se matar com 23 para ser igual ao Ian Curtis hehehe. Bem, ela teria a formatura da ETEC na mesma data do meu aniversario e que droga aquela quinta-feira eu teria que trabalhar. Acredito que faltou um pouco de cooperação das duas partes nesse dia, minha de não conseguir mudar de horário para ver sua formatura e dela por não dar a mínima sobre meu aniversario, afinal eu nunca consegui passar um 30 de julho com ela, mas, pelo menos, todos aniversários dela em março eu estive com ela, e até churrasco aqui minha família fez por ela, a meu pedido, e isso que você sabe que eu e minha família não nos damos muito bem.

O que aconteciam eram esses desencontros que talvez ela tivesse acumulando e uma hora estourou, meu terapeuta diz que é ruim eu dissertar sobre isso, eu até concordo, porque todo dia eu choro ao lembrar, mas e dai? Eu choro todos os dias desde 10 de abril deste ano, minha mãe disse que eu superarei, coitada, se soubesse de minha doença real acredito que ela estaria pior que eu, eu ainda não te contei sobre o que tenho porque não é a hora.

Voltando ao assunto de Elisangela, eu ainda gosto dela, melhor, eu ainda amo essa garota. Me lembro quando viajamos para Campinas.

CAMPINAS

Foi em julho um pouco antes de começar no trabalho novo, fomos passar o final de semana na casa de uns parentes dela por parte de pai, pois ele estaria lá. A história do pai dela não tem tanta importância aqui, apesar de ela me comparar muito a ele pelo vício no álcool, a diferença é que eu só tomo cerveja e nunca deixei de cumprir minhas obrigações, mas pra ela isso nunca foi o suficiente. Quando ela viu o pai dela depois de anos, eu lembro de suas palavras:

“- E não é que meu velho está velhinho mesmo”

Eu cheguei tímido ao local, mas a energia boa daquele povo, me fez me soltar e no dia seguinte eu já me sentia da família, diferente da parte de mãe dela que eu acho que me viam como um playboy e você me conhece Doni, eu nunca fui playboy. Fiz uma bela amizade com o pai dela e com os familiares e fomos a uma balada sertaneja, era aniversario de uma prima dela, teve até aqueles carros de mensagem, foi engraçado. Ela sempre gostou de sertanejo, e eu cabeça dura criticava, ela se injuriou comigo nesse dia, porque quando tocou Dire Straits eu disse “ Isso é country de verdade” o importante é que a briga não se estendeu e chegamos na casa da tia dela bem, e fomos dormir bem agarradinhos.

No outro dia, eu pisei na bola de novo, eu tomei tanta cerveja que fiquei bêbado e ainda sai com o pai dela. Puta que pariu, posso voltar no tempo? Essa menina me amava demais e eu perdi o amor dela, que droga! Me sinto agora naquela música da Kell Smith – era uma vez”. Resumindo o pagode todo, eu amei aquele final de semana, amei seus familiares e quando voltamos eu já pensava quando voltaríamos de novo, pena que isso nunca aconteceu.

É que a gente quer crescer e quando cresce quer voltar do início, porque um joelho ralado doí bem menos que um coração partido, estou escutando essa música agora.

Apesar de tudo, setembro, outubro e novembro foram normais e estávamos felizes, eu pedi as contas do trabalho em dezembro e ela conseguiu entrar no SESC Interlagos na mesma época, não antes de viajarmos para Juquehy.

Na próxima carta de conto.

Se cuida…

Vincenzo Ferrari

Doni terminou de ler a carta chamou Monalisa e disse: - Preciso ir ao Brasil, o mais rápido possível, se Vincenzo ainda não fez merda, ele fará.