ONDE ELA ESTÁ? - Capitulo VII - "Vambora"
VII – Vambora
30 de agosto de 2017, Lisboa – Portugal
Doni havia acabado de jantar, revirou as correspondências e pegou a sétima carta de seu amigo, antes de ler, assistiu um pouco de televisão e conversou com Monalisa. Eram um casal bem unidos e já tinham duas filhas, Doni esfregou os olhos e abriu a carta.
“São Paulo, 26 de Agosto de 2017
Ótimo dia, Doni e então dormiu bem? Cara hoje completamos uma semana hein, aqui é Sábado e em vez de eu aproveitar o dia, estou aqui trancado em meu quarto mais um dia te escrevendo, mas gosto disso se não, não o faria. Antes de começarmos vamos a pergunta do dia. Alguém já te vez tão bem que quando vocês estavam perto de outras pessoas, você chega no ouvido ou vice-versa e a pessoa falava : - “Vambora!” só pra vocês ficaram a sós? Então hoje coloque “Adriana Calcanhoto - Vambora”
No dia em que voltamos da praia eu insisti para Elisangela dormir em casa, mas ela preferiu não ir. Os dias que se sucederam foram maravilhosos, não aguentávamos de fogo, o grude era cada vez maior, nas pausas íamos para as escadas do prédio, sempre que conseguíamos dávamos “perdido” nas pessoas só para ficarmos sozinhos.
Lembro a primeira vez que ela dormiu em casa, saímos da empresa e fomos dar uma volta, andando pelo centro da cidade e acabamos por parar na Rua Augusta, nesse dia ela me contou mais sobre a vida dela e foi a primeira vez que ela falou sobre Maurício, ele foi o primeiro namorado dela e está com ela hoje de novo, é isso doí muito. Continuando… Eu a convenci a vir para minha casa e assim que chegamos aqui, parecíamos dois animais no cio, nem a porta da sala fechamos, ela estava com aquela saia que eu adorava.
Dai para frente era só alegria, ficávamos juntos todo o tempo e não enjoávamos um do outro, ainda não falávamos eu te amo um para o outro. E isso mudou no começo de fevereiro de 2015.
Bar Chopp do Alemão
Era um sábado, e ela estava aqui em casa. Meu primo nos chamou para irmos a um barzinho e aceitamos, por incrível que pareça nesse dia apareceram muitos amigos naquele bar. E estávamos muito felizes, pedimos de tudo, tomamos até curaçau blue. Ao sair, não paramos por ai. Pegamos uma garrafa de vinho e estávamos voltando para casa, próximo daqui eu a abracei bem forte, e a beijei olhei em seus olhos e disse:
- Eu amo você – nunca disse tão rápido um eu te amo para alguém, e para ela eu já dizia antes – Eu mais que te adoro — Ela era minha santa, minha moça de família. Ela é tudo para mim.
Ela me olhou e também retribuiu e me beijou, tive as imagens em minha cabeça, será que Deus pode me deixar voltar no tempo? Uma única vez para reviver isso?
Acho que foi a última vez que a vi passar mal de vomitar.
O problema é que ela sairia de férias do trabalho e já tinha agendando uma viagem para Porto Seguro-BA. Um dia antes de sua viagem nós fomos a um churrasco do meu primo. O carro quebrou no meio da estrada, chegamos guinchados no churrasco e nosso primo nos trouxe para casa depois. Chegamos tarde e o dia da viajem dela chegou.
Sobre a viagem dela, eu conto amanhã, fora nossa primeira briga. E hoje quero ficar na paz já que provavelmente eu tenha que ir ao hospital mais tarde.
Abraços meu amigo
Vincenzo Ferrari”
Doni terminou de ler a carta, era quarta-feira, abriu uma cerveja e dedicou: - A você, meu amigo Vincenzo.