O ADMIRADOR DESCONHECIDO

_Boa noite anjo!

_Espero que esteja bem e que seja muito feliz. Você é um anjo que todo homem gostaria de ter por perto. Como eu queria fechar os olhos e saber que você está do meu lado, pela manhã quando acordar ser a primeira coisa que ver. Queria que você estivesse todo momento em meus pensamentos, em meu trabalho, em meus planos, em meus sonhos e em toda minha vida.

Sarah era realmente uma mulher muito atraente, pequena e delicada, com um sorriso encantador. Mas por aquela mensagem ela não esperava. Embora estivesse envaidecida com aquelas palavras, não perdeu o equilíbrio e continuou lendo outras mensagens de outros admiradores e depois saiu.

Fred já havia perguntado por várias vezes se ela recebia muitas cantadas. Fred era um ex-namorado de Sarah, por quem ela tinha sido muito apaixonada e manteve por alguns anos este romance fracassado. Nunca perderam o contato e estavam sempre conversando, ou melhor, todas as noites eles conversavam. Ele tentando convence-la para se encontrarem e ela dando desculpas, pois não queria mais permanece alimentando um romance que saberia que não valia a pena.

Ele tentava lembrar o passado, falar dos momentos bons que estiveram juntos, sempre era a mesma conversa. Várias vezes ela mudava o rumo da conversa, fala de política, de sociedade, de poesia e do livro que estava escrevendo. Fred a elogiava e comentava, mas rapidamente voltava para o mesmo assunto de antes, queria falar deles dois.

O que não era mais interessante para Sarah.

Ao ler a mensagem daquele desconhecido, ela lembrou-se do que Fred havia perguntado e novamente foge do assunto dele, e diz: _ você não vai ficar brava com que vou lhe mandar, mas lembrei de você.

_ Foi uma cantada, amor? Indaga Fred.

Ela responde: _Sei lá, mas vou lhe enviar.

A conversa deles era pelo in box e talvez Sarah quisesse dizer-lhe que tem outras pessoas interessantes que também a acham atraente. Era uma maneira de dizer: Acorda! Acabou só você não percebeu.

É claro que ele havia percebido, mas a queria de volta.

E Sarah manda aquela mensagem para Fred, ele nem comenta só diz: _”Nossa”!

E retorna a conversa de conquista.

O desconhecido tinha um nome claro, era Gregório, um atraente senhor de seus sessenta e poucos anos, que chamou atenção com a extensão e a intensidade do quanto escreveu. Não foi vulgar em nenhum momento para lhe atrair. Que, aliás, foi o que mais lhe chamou a atenção, embora Sarah não estivesse interessada em ninguém, por alguns momentos até havia esquecido o nome de Gregório. Também não queria mais enganar-se, havia sofrido quando Fred a tinha deixado por outra.

Ela estava em um momento de paz e expectativas. Estava lançando sua primeira coletânea de poesias.

E talvez Fred ainda fosse um impedimento em sua vida, apesar de não mais querer encontrá-lo, percebia que no fundo ainda sentia algo, por ele, mas tinha decidido, não queria mais encontra-lo. Fred era muito volúvel.

Aquela noite estava gelada, dispensou Fred cedo e foi para a cama lê um livro.