LÁGRIMAS QUENTES
Acenda estas luzes - e clareia-me
estou preso amor em sua teia
o meu amor por ti é um mar de lírios
em suspiros padeço apaixonado.
Sem você meu coração não bate
cravada estaca!!! Sou folha morta
arrastada sem piedade pelo vento.
A mente voa- estou fora de rota
preso em sua alfândega
deprimido durmo em lençóis de alfinetes.
Diga-me, qual é a razão?
das minhas lágrimas quentes
derramas ao chão incinerando rosas?
A dor instalou em mim
estou vivendo o amargo
de uma atmosfera boreal
atirando-me aos planetas.
Procuro pistas de cartas em suas gavetas
retrato falado de uma decadência
eu te tirei do abismo – da vida devastadora
no entanto, na ponta de uma agulha ferina
fraquejastes caístes de novo na sarjeta.
Tomando, álcool com tóxicos
prostituindo-se em toaletes de casas
de shows – e nos becos de universidades
pegastes o vírus na libidinagem
cavando sua própria sepultura!!!
Ah! tão bonita, queria ser atriz
mas fostes iludida em nova york.
Amor, qual é a razão?
jogastes fora a chave da vida
preferindo a indigesta eventualidade...
cordas arrebentadas de um fraco piano!!!
Meu mar de lírios - hoje meu mar de cactos:
choro em minha gaita um blues triste
em vê-la perdida, sofrendo, só no gueto!
Pouco - vivestes comigo em vida
deixe-me provar que te amo
aceite meu último pedido
vem morrer em meus braços!
Minhas lágrimas quentes
formam um negro oceano
nunca pensei vestir em ti
a mortalha!
É triste sim - mais triste seria
saber que o corpo da mulher que amei
está enterrado como indigente na última
cova do cemitério de um país distante.
Não conseguistes seu nome na calçada da fama
fostes atriz, autora e diretora do próprio filme
contracenando com adversidade...
Mudastes o fim do faroeste
não sacastes rápido
em duelo morrestes pelo o bandido.
terei forças para fechar o seu ataúde
Manhattan jamais foi sua cidade.