Amor sem explicação
Naquela tarde de sábado cinza e triste não consegui acompanhar as EXÉQUIAS no velório.
A verdade que o coração estava abalado e palpitava apressadamente.Os olhares poderiam denunciar a paquera no cemitério. Não era cabível sentir o que estava sentindo por Cristiano que era primo do finado cristão devoto de São Francisco de Assis, o Ezequias.
Mesmo no ambiente triste Vitória despertava o olhar e pasmem era retribuida a altura: em meio a cruzes e lágrimas o amor aconteceu.
Foi rápido e incontrolável conter tal sentimento. Dividimos a dor, Vitória perdera o namorado e Cristiano o primo.
Eu e Cristiano já nos conhecíamos de eventos e festas familiares e encontramos um no outro, o ombro amigo para chorar, o destino quis assim.
Difícil conter tal sentimento não esperamos nem trinta dias da morte para começarmos a namorar. No luto só pensava no Cristiano e todo seu cuidado comigo. Muitos não compreenderam, enfrentamos muitas críticas e maldade, percebi que foi preciso Ezequias morrer para Cristiano ficar comigo.
Somos felizes há duas décadas, um amor que começou no cemitério e também acabará lá um dia é o que desejamos ser enterrados lado a lado.