Apaixonar, é se jogar.
Quem eu quero enganar? Busco explicações que fazem a minha mente entrar em colapso de tanto pensar, como ela é demais. Como gostar, sem a idolatrar, seguindo a premissa do amor próprio.
Meu travesseiro é o meu melhor amigo, calmo, paciente, todos os dias à espera dos meus lamentos e contos, de como ELA me encanta. Ouvindo minhas queixas, súplicas que parecem não ter fim. Só penso em como despertar o melhor daquele ser apaixonante. Sentir os seus lábios constantemente, ver muito mais além do que sequer podemos imaginar.
Seu sorriso é mágico, sua voz é doce como canto dos pássaros pela manhã, que proferem hinos que nos acalmam e, faz irmos a um universo único. São tantos elogios, detalhes, poemas e frases... Conjunto de palavras que contornam o meu ego.
Sou daqueles, a moda antiga, cavalheiro, romântico, atencioso, digamos que diferenciado, nesse habitat onde tais valores cada vez mais são extintos do nosso convívio. Não ligo! Esse jeito que chega a martirizar, me dá a esperança de reciprocidade, dessa mulher que mexe comigo.
Aos poucos, sinto que no decorrer do conhecer cada um, o gelo vai sendo quebrado e aquela relação, sendo moldado conforme a música que nos faz dançar, guiando cada passo, dentro do compasso. Pois nessa dança, a sinto perto de mim, corpo a corpo, seu toque, seu cheiro que purifica o meu ser, me deixa leve, me faz viver.
Vejo que esse laço foi jogado, de livre arbítrio fui deixando ser entrelaçado e, agora confesso, estar a cada dia mais apaixonado por essa mulher no qual o meu travesseiro tanto tem escutado.