DUAS VIRGENS E UM DESTINO part(6 )

O tempo, inimigo eterno e por vezes o melhor amigo dos seres humanos, às vezes passa rápido demais e sem que Sophia desse por conta, aquele ano letivo findou-se e graças a sua dedicação, todos os seus alunos obtiveram um bom conceito (coisa que há muito não acontecia por lá) e todos passaram de série e resolveram dar uma festinha para comemorar.

Com a ajuda das mães e é claro, também o prefeito, realizaram uma linda festividade, onde muitas mães quiseram conhecer a professora que aceitara ser residente e assim, acabou com a famosa repetência que havia por falta dos professores que sempre vinham de longe e na maioria dos casos, desistiam no decorrer do ano.

Durante a festa, Sophia foi apresentada a varias senhoras mães daquela comunidade e fez muitas novas amizades, conhecendo assim, a senhora Denise, que em muito se destacou em interesse sobre a professora de sua filha mais nova. Assim, ela convida logo após alguns dias a professora para um café da tarde em sua residência, que fora aceito por Sophia. Lá chegando, a professora foi muito bem recebida e logo que o café foi servido, a professora fora bombardeada por inúmeras perguntas que ela já estonteada, foi mesmo assim respondendo as mais adequadas e digerindo as menos, só para não fazer desfeita e dá logo um chega pra lá na dona enxerida. Dentre aquelas perguntas respondidas, uma das que mais se destacou foi:

-- Você é namorada do Paulo, o taxista?

Imagina! Ele é apenas um amigo, uma pessoa que muito me ajudou desde que cheguei aqui, respondeu Sophia!

Meio sem graça, Denise disse:

-- É que a gente sempre vê vocês muito juntos e ele é tão sozinho e você também... Pensei que fossem namorados ou sei lá... Nem sabemos como você veio parar aqui e sempre com ele por perto...

Não, ele é só um bom amigo, além do mais, eu tenho muito mais com que me preocupar do que com arrumar um namorado!

-- É! Com o quê, por exemplo?

Ah... Com a turma... Eu dou aulas pra quatro turmas em dois turnos, que tempo me sobraria?

-- Ah! Uma mulher quando quer um homem, ela é capaz de coisas que ninguém imagina...

Mas eu não estou interessada mesmo!

-- É! Desde o acidente ele nunca mais foi o mesmo!

Acidente?

-- Foi há muito tempo... Tem mais de vinte anos, por ai...

Ele nunca me falou...

-- No pescoço dele, você não reparou?

Pensava que fosse uma deficiência natural... O que foi?

-- Foi um tiro... Dizem que foi um assalto que ele reagiu... Sei lá, só sei que ele não se lembra do passado... Já tem mais de quarenta e pra ele são só vinte e poucos!

Nossa! Ele nunca me falou sobre isso.

O papo está longo demais e eu tenho que dá uma faxina no meu cantinho... Já vou indo!

Sophia sai da casa de Denise e estava pasma de tanta nova informação.