O furacão com um coração partido
O furacão, ferido em seu coração, atacou a costa que emergiu em seus sonhos de meia-noite. Ele começou a tricotar uma tempestade no topo das rochas sombrias, que fez com que as parecessem com cabelos encaracolados cobertos por espuma do mar. Seu enorme poder de destruição rasgou as nuvens em farrapos e flechas iradas de relâmpagos explodiram no céu com flashes assustadores. Enquanto as chuvas atingiam a Terra com longos chicotes, ela gemia, tentando esconder-se do vasto abraço desse louco turbilhão.
Ele estava tão encantado com a beleza adormecida da Terra que ele tentou beijá-la, mas seu beijo foi acompanhado com troncos de árvores voando, arrancados da Terra por suas raízes. Seu olhar apaixonado era refletido com um rosto severo nos rios que corriam em roda e ganhavam força nas correntes da chuva. Seu suspiro suave transformou-se em um tornado, destruindo barracos frágeis na costa e suas mãos gentis conduziam uma onda gigante, afogando navios na baía. Ele nunca tinha estado apaixonado antes.
Mas a Terra não apreciava, nem compreendia suas vastas carícias. Em resposta a seu amor, ele era queimado pelo ódio de todos os seres vivos. Uma terrível decepção perfurou seu enorme corpo, e por isso começou a se contorcer em convulsões, arrancando as estradas. Ele entendeu que nunca sentiria doçura com o tremor de uma paixão sem fim e nem ouviria palavras de amor ao amanhecer.
Ele uivava como uma besta, tentando cantar um belo soneto, e atirou o telhado de uma casa sobre uma cerca de seu pátio. Mas as pessoas não ouviram seus versos amigáveis e lhe-desprezou, escondendo-se nos porões.
Ficou estupefato com a irrealidade da beleza da Terra e ficou desesperado porque seu amor permaneceu sem resposta. Ninguém o entendeu e ele finalmente cedeu, colocando no bolso um par de cadáveres e uma profunda tristeza.