DUAS VIRGENS E UM DESTINO parte(4/5)
E então, Sandra conta pra Sophia todo o ocorrido, ou quase tudo, pois em suas últimas palavras, Sandra também dera seu ultimo suspiro, selando assim, o destino daquela que teria como sua sede, a vingança.
Já Paulo, no auge de seus 35 anos, vividos dele apenas 19, pois após esses, ele havia apenas subsistido, como que a espera de algo que nunca lhe aconteceria, o que nem ele mesmo sabia ser, mas que ainda assim, esperava e assim o tempo passava...
Aos 20 anos de idade, Sophia se formava como professora e então, iniciou-se a sua carreira e como parte de seus planos, despediu-se dos seus avós e partiu rumo ao desconhecido, lecionando numa e noutra escola, ali e acolá, mas sempre rumo ao que lhe satisfaria.
Até que um dia, ela enfim, chega onde tudo poderia ter sido diferente. Desembarca na pequenina cidadezinha e chama por um taxi e logo fora levada para o colégio onde ela deveria dar aulas de português. Tendo recebido daquele taxista apenas um boa tarde e pra onde vamos?
Mas sem que Sophia percebesse, com todo o cuidado, ele a espiava, pelo retrovisor interno e indagava-se:
- Por que alguém tão jovem viria lecionar nesse fim de mundo? Sem dirigir uma só palavra, é claro!
Ao descer, Sophia pergunta:
- Pode me pegar amanhã as 9:00hs? Preciso ir até a prefeitura para acertar alguns por menores e o meu contrato!
- Sim, é claro! Responde-lhe Paulo.
No outro dia, pontual como sempre gostava de ser, Paulo deu um toque na buzina em frente ao portão do colégio às 9hs e Sophia de pronto atendeu-o ao sair.
- Bom dia! Direto para a prefeitura? Indagou Paulo!
- Acho que sim, ou melhor... Não! Primeiro um lugar onde eu possa tomar um bom café preto, sabe, eu ainda não me instalei direito...
Paulo dirigiu então até a padaria local, que apesar de única não oferecia tal serviço, mas que a pedido dele, providenciou-lhe o necessário a um bom desjejum e só então seguiram rumo a prefeitura.
No pequeno trecho que ligava àquela imponente obra provida de um escritório, secretária e dois banheiros, ( a tal prefeitura) Paulo fora bombardeado por tantas perguntas que ele chegara a ficar tonto. Aquela moça parecia querer saber mais dos adultos dali, do que das poucas dúzias de crianças, por lá existentes.
Por fim, chegaram e Sophia desceu e adentrou naquele local sem firmar um novo compromisso de ser apanhada.
Paulo ainda atônito pensava sobre as indagações da moça, mas por uma de suas principais perguntas, ele imaginava que ela buscasse ali, não apenas um trabalho, mas também alguma resposta de algo ainda não decifrado.
Ao entardecer, o telefone de Paulo tocou e para sua surpresa, era a Sophia, que embora eles não houvessem trocado telefone, ela não teve muita dificuldade de conseguir por lá, o numero do único taxista local.
- Saí da prefeitura e caminhei algumas ruas, mas agora não sei voltar, você pode me pegar? Pediu a moça nervosa!
- Sim, eu estarei ai em 20 min. Aguarde-me na marquise mais próxima, que ao passar te vejo!
E assim, uma vez mais, Paulo a levou ao seu colégio, onde era agora professora residente.
Como taxista único, era quase impossível que os dois não se vissem diariamente e dessa forma, tornaram-se amigos e Paulo fora quem lhe ensinou a decifrar as esquinas, por aonde ir e os becos por onde jamais deveria passar.
O tempo foi passando e entre eles havia uma força indecifrável, às vezes perece até que liam os pensamentos um do outro, era uma ligação incondicional.