The Love Between Us: 5- O Gato
Em um domingo já quase meio-dia, Megan estava ainda no quarto, deitada na cama mexendo no celular com o seu gato ronronando em sua barriga, foi nesse momento que Thomas bateu em sua porta.
-Você vai ficar aí dentro o dia todo?
-É claro, hoje é domingo.
-Não se depender de mim. Levante e se troque, nós vamos sair.
-O que? Agora?
-Lembra-se do Joe?
-Sim, esteve aqui essa semana. Um cara muito legal.
"E um gato!" Ela guardou esse pensamento para si.
-Ele nos convidou para ir ao pub dele.
-Você quer ir beber uma hora dessas?! Sr. Thomas isso não é certo, mesmo para um domingo.
-Lá também tem uma ótima comida. E prometo que quando voltarmos, nós vamos assistir aquela série que tanto quer me mostrar.
Ela levantou e abriu a porta.
-Vamos mesmo assistir Hannibal dessa vez?
-Sim.
-É uma promessa?
-Sim.
-Tudo bem, espere por mim na sala. – Nesse momento seu gatinho passou correndo por ela. – Mouris!
-Deixa. – Ele disse impedindo Megan de ir atrás do gato. – Por que você o mantém trancado nesse quarto?
-Você poderia não gostar de tê-lo zanzando pela sua casa. Eu já era uma intrusa aqui...
-Você não é mais uma intrusa. Além de minha hóspede, você é minha amiga. Pode permitir que o Mouris se divirta pela casa. Estarei na sala.
Megan sorriu radiante, já sabia que Thomas adorava animais, mas estava gostando tanto de permanecer ali que não queria incomoda-lo em nada. Não deveria dá motivos para ter de se mudar. Ela não pensava em ficar ali para sempre, é claro, no entanto faria o possível para continuar o máximo de tempo que a conveniência permitisse.
Joe esperava seus convidados enquanto se mantinha ocupado no balcão no bar. Ele adorava ficar ali, sempre dava para fazer novas amizades. Quando os dois chegaram, ele os levou para sua melhor mesa. Havia um motivo por trás do convite, queria muito conversar um pouco mais com a Megan. No dia em que se conheceram, ele adorou o jeito dela pensar. No entanto, em alguns momentos, ele achou que poderia estar rolando algo entre a Megan e o Thomas, porém o seu melhor amigo garantiu que nada acontecia entre os dois. Então, ali estava sua chance.
Eles almoçaram o tradicional peixe com fritas e torta de sobremesa. Joe notou que não parava de chegar mensagem no celular da Megan.
-Você é bastante solicitada.
-Na verdade é meu ex.
-Ele é muito esquisito, chegou a quebrar a câmera dela.
-Wow! Por que ele fez isso?
-Ele nos viu juntos no Regent's Park. Eu adoro fotografia e convidei o Tom para ir comigo até lá tirar umas fotos.
-Assim que saí de perto, ele foi "tirar satisfação".
-Devia tentar uma ordem restritiva.
-O Mark só não é acostumado a ser ignorado. Logo ele cansa.
-Não lê nenhuma mensagem?
-Leio, mas a maioria é ele pedindo para conversarmos. – Ela pega o celular e começa a ler. – Quase cinquenta mensagens sem nada de diferente. Ele está indo para o restaurante, deve me dá um descanso... O que diabos?
-Algo diferente?
-Ele não é doido a esse ponto... Agora chega!
Megan levantou rapidamente, pegou sua bolsa e foi em direção a saída. Thomas e Joe se entreolharam sem entender nada. O dono do pub pediu para um empregado de confiança cuidar do estabelecimento, então junto com o Thomas foi atrás da Megan. Eles se viram no local de trabalho do ex-namorado dela, ninguém conseguiu impedi-la de entrar na cozinha.
-Megan? O que faz aqui? E o que ele...
-Que porra é essa? – Ela quase esfrega o celular no rosto dele.
-O que?
-Eu leio: "Se continuar me ignorando eu acabarei tendo de tomar medidas mais drásticas, como dá um jeito naquele seu gato irritante". Você realmente estava ameaçando matar o meu bebê?
-Esse não é o lugar para conversarmos, Megan.
-Sabe qual o seu problema, Mark? Você pensa que eu sou uma mosca morta por não ter feito nada quando te peguei fodendo aquela garota ou por não ter reclamado quando você quebrou minha câmera ou quando foi no meu trabalho quase me fazendo ser demitida. Acontece que eu tenho educação; eu sei me segurar para não piorar a minha vida.
-Megan...
-CALA A BOCA QUE NÃO TERMINEI! – Ela bate com mão na bancada. - Lembre-se disso: Eu não sou inglesa; eu não sou europeia. Eu sou sul-americana; eu sou brasileira. Portanto sei fazer um barraco como ninguém. Praticamente está no sangue quente de latina. Se você se aproximar de mim de novo, vou ligar para a polícia, entretanto se eu te vir perto do meu Mouris...
-Não fará nada.
-Não? - Ela olhou ao redor até achar uma pilha de panelas e derrubou todas. – Vou fazer da sua vida um inferno! – Derrubou outra montanha de panelas. – Farei você ser demitido.
Mark estava com raiva e vergonha. Ele não estava gostando daquela situação, mas nem imaginava como fazer parar. Nunca havia visto a mulher com quem conviveu por pouco mais de um ano daquele jeito, na verdade estava até um pouco assustado. Decidiu ser melhor deixa-la com medo.
-Você não teria coragem... – Ele deu um passo firme em direção a ela.
-Chega mais perto e você vai ter o que merece! – Disse pegando um frigideira.
-O que ela vai fazer com isso? – Perguntou Joe.
-Ela sabe bem como usar uma frigideira, vai por mim. – Thomas responder colocando a mão na testa.
-Você está sendo ridícula!
-Mark, essa é a última coisa que vou lhe dizer. – Ela fala apontando a frigideira na direção dele. – Assim como eu não te conhecia o suficiente para me iludir achando que nunca me trairia; você também não deveria supor que me conhece. Pare de me mandar mensagem, pare de me seguir por aí, pare de ir ao meu trabalho e, principalmente, se ameaçar o Mouris de novo, eu vou fazê-lo perder esse emprego e o próximo e o próximo, até não ter um restaurante em todo o Reino Unido que contrate você. Estamos entendidos?
-Sim.
-Ok. Se cumprir a sua parte é aqui que nos separamos para todo o sempre. Portando, não fale sobre mim; sequer pense em mim. Ou volto para te assombrar. Adeus, Mark.
Megan sai com Joe e Thomas a seguindo, o restaurante inteiro olhava para eles e alguns os filmavam por terem reconhecido o Tom.
Depois desse pós-almoço tão movimentado, Megan apenas queria ir para casa assistir algo. Joe os acompanhou, no entanto teria de voltar para seu estabelecimento.
-Desculpe por tê-los feito participar daquilo. Bem, vou entrar.
-Megan, eu poderia falar um coisa com você antes? – Joe perguntou meio sem jeito.
-Claro! O que é?
-Ahm, eu vou lá dentro... – Tom foi dizendo.
-Não, pode ficar. Megan, você gostaria de ir jantar comigo sexta?
-Jantar? Só nós dois? – Como um ato involuntário, ela acabou dando uma olhadela para o Tom.
-Sim, mas sem pressão. Sei que acabou de sair de algo confuso.
-Não... É, pois é. Ahmm, tudo bem. Você me manda mensagem e combinamos direito. Vou entrar, até mais.
-Até! – Ele soltou um leve som de alívio e alegria.
-Você não devia ter feito isso.
-Por quê? Vocês estão juntos?
-Não, mas ela tem passado por muita coisa.
-Eu realmente gosto dela, Tom. Acho que nos daremos bem. Se estiver afim dela, é só dizer que caio fora.
Thomas olhou em direção a casa depois retornou ao seu amigo.
-Apenas não a faça sofrer.
Joe concordou; os dois se despediram. Megan estava sentada no sofá passando a mão no gatinho, Tom se posicionou ao lado dela sem dizer uma palavra. Ficaram assim por um tempo até trocarem olhares, nesse momento ele a abraçou e começaram a assistir a tal série.