Um convite muito especial
Sábado cedo eu estava sentado no sofá da varanda de casa relembrando os agradáveis momentos passados em companhia de familiares, amigos e dos autores de nosso livro: “Vidas, Motivos: Degraus”, lançado na noite anterior na câmara de vereadores da cidade, um evento cultural que muito nos emocionou.
A brisa cálida aos poucos tomava conta do ambiente, tornando-o muito agradável e aconchegante.
O sol esparramava seus raios dourados sobre o telhado das casas que evaporavam as últimas gotículas orvalhadas na madrugada.
A presença de minha neta de dois anos trouxe-me à realidade: - vovô Nino vamos passear com a Gigi?
Sinceramente, não pretendia sair naquela manhã, mas quem poderia resistir a um convite assim?
- Vamos Gigi, e perguntei aonde ela pretendia ir.
- Brincar na praça vovô! ...quero ir no balanço...
Só o tempo de colocar o tênis e perguntar à mulher: prontas?
Fomos, (a praça central fica a uns 300 metros de casa) e em instantes lá estávamos nós frente aos balanços, escorregadores, gangorras e rústicas réplicas de fortificações.
Os brinquedos estavam lotados, a algazarra era geral, diria que poder-se-ia
ouvir gritos coloridos tal a alegria dos infantes.
Há muito não vinha a praça centenária que para minha alegria mudara pouco.
Lembranças de tempos de menino afloraram à mente: quantas recordações!
As retretas das quartas-feiras no verão, as brincadeiras de pega-pega entre os arbustos dos jardins, a imponência das árvores plantadas pelos ancestrais, os canteiros cuidadosamente zelados e repletos de flores, os bate-papos nos rústicos bancos de madeira, as solenidades quando da vinda de autoridades de outras cidades, os primeiros namoricos... emoções.
Um dócil pedido me trouxe à realidade: vovô, compra um algodão doce para mim?
- Vamos lá pequenina, o que você quiser!
Da Igreja da Matriz, no morro bem a frente da praça, os ponteiros do relógio se movem e os sinos nos advertem que são 11,30 horas.
Pássaros em variados trinados formavam uma orquestra desafinada com o bradar da criançada e os ruídos das ferragens dos brinquedos da praça.
Flores multicoloridas exalavam inebriantes perfumes, suaves fragrâncias na manhã iluminada.
Tempo de ir para casa.
Antes porém, um pequeno passeio pelo calçadão na rua central próxima.
Movimento razoável nos bares e lanchonetes próximos, vai e vem dos consumidores nas lojas estabelecidas na vitrine principal da cidade.
Muitas pessoas circulando entre os quiosques ou reunidas em pequenos grupos num papo informal e a surpresa de vez por outra encontrar amigos que há muito não via ou conversara.
No final do calçadão o encontro informal e agradável com amigos e amigas poetas e escritora(e)s sob os guarda-sóis colocados em círculos frente a livraria.
Sol a pino, hora de ir.
De mãos dadas com minha esposa e com a Gigi, deslocamo-nos até o estacionamento próximo e nos dirigimos sorridentes à casa.
Foi uma manhã muito agradável motivada por um convite muito especial.
“ O homem deseja tantas coisas, e no entanto precisa de tão pouco.” – Johann Goethe -