DUAS VIRGENS E UM DESTINO. parte(2/5)

- Não! Respondeu ela. De carro eu não posso, papai não consentiria!

- Mas a que horas será o culto? Perguntou Paulo.

Às 10hrs! Respondeu ela.

Paulo então lhe disse: - assim será difícil de conseguirmos uma grande quantidade de flores!

- Não faz mal! Disse ela, vamos a pé, e o quanto conseguirmos estará bom.

Seguiram assim então até a casa de Rose, a quem o Paulo havia pedido ajuda, uma vez que ele não conhecia todos os residentes daquele local.

De lá, partiram os três e de casa em casa foram arrecadando as flores que lhes eram doadas, até que conseguiram uma boa porção de rosas, lírios e outras das quais eles nem conheciam, mas que eram lindas.

Ao retornarem, um ponto para o Paulo, que se apresentara aos pais da Sandra, que só agora ele ficaria sabendo o seu nome, o que em nada mudaria seus sentimentos. Dado esse feito, foi convidado a participar daquele culto, tendo em vista que ele até então só se interessava por praia e discoteca, pois eram apenas estas coisas que haviam pra serem curtidas além dos cultos e missas dominicais naquela cidadezinha.

Correu até em casa, banhou-se rapidamente e pôs as melhores vestes que tinha e então partiu novamente a igreja. Lá chegando, foi convidado a sentar-se com aquela família; Senhor Nelson, dona Ana e Sandra, filha única do casal. Bastante atento a Liturgia da palavra e também ao sermão do pastor, Paulo estava também inquieto por saber como seria depois dali. Em dado momento, quando o pastor falava sobre a importância daquele encontro das igrejas, disse também o pastor (como que estivesse guiado pelo Espírito Santo) “ –Desse encontro, em nome de Jesus, sairão coisas extraordinárias, mas também por estarem distantes da sua rotina dominical, poderão existir a partir de hoje, novos rumos a algumas vidas”. Naquele momento, Sandra e Paulo estremeceram e subitamente suas mãos se encontraram e seus olhos se olharam como que fosse ouvida naquele momento, uma profecia sobre os dois. Findo o culto, Paulo e Sandra pareciam envergonhados sobre o acontecido e na cantina se mantiveram distantes, mas sempre unidos pelos olhares de ambos, até que ela muito mais experiente em termos religiosos se aproximou dele e perguntou:

- O que você sentiu no momento em que segurou a minha mão?

- Diz primeiro você, o que sentiu ao olhar os meus olhos? Disse Paulo!

-Dor, disse Sandra!

- Dor, Por quê? Indaga Paulo!

- Dizem que a verdade dói e eu senti como se o pastor falasse da gente!

- Pois eu tive medo, disse Paulo!

Sandra então sorri pra quebrar o gelo e diz:

- Medo na sua idade? Já passou de adolescente, sabia?

- Sei, responde Paulo! Mas que culpa tenho eu se os meus sonhos de adolescente resolveram se concretizarem só agora?

- Sonhos de adolescente? - Sei tão pouco de você pra saber algo dos seus sonhos de adolescente!

- Posso te contar, mas preciso de um tempo com você para isso, a história é longa!

- Eu partirei amanhã às 8:00hrs, você tem pouco tempo!

- No momento só posso te dizer que a partir de hoje, minha vida tem um novo norte, você!

E os dois despediram-se com um longo beijo, ficando de se encontrarem para o culto das 19h00hs.

Às 19:hs então Paulo já estava apostos para o culto e o que para ele era mais importante, está junto de Sandra.

No final do culto, ambos queriam se retirar para conversarem e assim o fizeram, mas sentiram se melhor beijando-se do que falando um ao outro de si.

Só então viram que o que havia entre eles era algo incomum e que tudo fariam para nunca mais estarem distantes um do outro.

Foi então que Paulo disse para Sandra:

Tenho nada que me impeça de estar com você para o resto da minha vida, bastou-me o hoje para ter certeza disto! Só te peço uma única coisa, posso?

- Sim! Disse ela, completamente absorvida pelo amor que chegava pela primeira vez ao seu jovem coração de 17 anos de idade.

Então Paulo pediu: - vem hoje comigo no baile, dançamos um pouco e será para mim, uma despedida de solteiro, uma vez que serei só de você agora!

- Não posso, papai é muito conservador e ele jamais permitiria que eu fizesse isso!

- Ele não saberá, saímos quando todos tiverem dormindo e retornaremos antes do alvorecer, só peço que confie em mim!

- Está bem! Disse Sandra, me espera logo ali na frente, quando todos estiverem dormindo partiremos!

Mais tarde, quando todos já dormiam, saiu Sandra então, num lindo vestido longo, para ir ao baile com Paulo.

Já passava da meia noite quando chegaram Paulo e Sandra ao baile. Logo ele tratou de apresentá-la aos amigos e para o desprazer de algumas garotas que viviam ao seu encalço, Sandra estava deslumbrante, não apenas para os seus olhos de apaixonado, mas também era notada por aquelas que nada gostavam do que viam.

Dançaram um pouco, pois ela não dominava bem o rock n roll, mas logo vieram as musicas lentas. Dançaram então ao som de Chris de Burgh ( Laydy in red) isso ela sabia como ninguém, depois veio Eurythmics –( Miracle Of Love ) e Paulo então sentia o corpo de Sandra estremecer de paixão e desejo.

Antes do fim do baile, eles saíram para voltar e deixa-la na igreja antes que acordassem como havia prometido. Só que na volta, seus corpos ainda suados, afinal baile de verão é sempre quente, Paulo para o carro mais ou menos há uns três quilômetros da igreja e então eles comentam como foi bom, e como eles poderiam viver dali por diante, sempre juntos, não importaria se no baile ou na igreja, o amor deles era algo incondicional, e aquela febre do final de baile tomou conta deles, os envolveu e os fez perderem-se em seus desejos, conhecendo-se como homem e mulher. Por testemunhas, apenas o luar, as estrelas e o Criador. Mas como o dia já ameaçava romper na primeira barragem sob o oceano, Paulo e Sandra despertaram-se da loucura de outrora e correram contra o tempo, para não chegarem depois de todos já acordados e conseguiram. Despediram-se na promessa dele ir em casa, banhar-se e voltar tao logo amanhecesse, pois queria está com os pais de Sandra, pois ele a pediria em namoro e se desporia a seguir com eles, trabalhar numa empresa da família e firmar-se para então casarem-se.

Antes que Paulo saísse, Sandra lhe pergunta:

- Tu sabes bem o que fizemos né?

E Paulo responde:

- Sim, eu sei! Não me importaria se não fosse, mas você era virgem, mas não terá motivo de arrepender-se de ter se entregue a mim que a amo e farei qualquer coisa por você!

- Eu te amo! – Disse Sandra!

- Eu te amarei eternamente! Disse Paulo. – Já estou voltando!

E saiu Paulo, antes que alguém pudesse acordar...

Mas o que ninguém sabia, era que o destino havia reservado para o casal, sob o julgo de mãos impiedosas, que o despeito as fez agir.

Ao aproximar-se de casa, a uns 12 ou 13 km dali, a justiça injusta das mãos repletas de recalque o aguardava e ao passar, teve o seu carro alvejado por três disparos, onde um dele o atingiu o pescoço, inda assim, ele acelerou e não parou em sua residência, seguindo a estrada que ligava ao estado vizinho. Ferido, Paulo ainda foi seguido e teve seu carro ainda alvejado mais duas vezes onde um dos disparos atingiu o pneu dianteiro quando ele atravessava a estreita ponte da divisa. Do carro perseguidor então saíram pelo menos duas das barangas recalcadas do baile, que se puseram a olhar o chevette desaparecer nas águas turvas e profundas, naquele amanhecer cinzento.