DUAS VIRGENS E UM DESTINO. parte(1)
Era final do século XX, quando naquela pequenina cidadezinha só havia duas maneiras de se comunicar:
Você se dirigia aos correios, quando mais distante ou iria pessoalmente, se mais perto fosse.
Telefone residencial era coisa só da capital, e celular? Ora, esse ainda nem se ouvia falar!
Mais precisamente anos 80, quando Paulo aos seus 19 anos, voltava da praia, lá por volta das 16hs e ao contornar com seu chevette, (carro ainda de um certo prestigio naquela época) por um bairro ainda bem distante de onde residia, mas que tinha por ali, um bocado de amigos, colegiais assim como ele, quando de repente, ele avistou um lindo sorriso, ou melhor, a dona daquele cativante sorriso jocoso. Mesmo que não quisesse, impossível seria não notar que aquele sorriso era para ele, então, ele lhe sorri de volta e de repente, parecia que um novo sol nascia exatamente naquele instante e um oi, saiu simultaneamente daquelas bocas, que certamente não se contentariam com tão pouco. Algum apressadinho buzina logo atrás e, por hora foi desfeito todo aquele encanto.
Mal caiu a noite e o Paulo logo se dirigiu àquele local, não era de se esperar outra coisa.
Lá chegando, indagou logo de alguns amigos que residiam próximo dali, para saber daquela pessoa cujo sorriso ainda não lhe saia da memória. Descobriu pouco, mas soube tratar-se de uma jovem que chegara ainda pela manhã, participando de um congresso, onde havia a participação de várias igrejas, de vários Estados brasileiros, mas o nome e de qual Estado pertencia, não souberam lhe afirmar. Curioso e detido de uma enorme ânsia, Paulo pôs-se a esperar por uma nova chance de rever a dona daquele sorriso. Meio desconfiado, mas enturmado com seus amigos ele se aconchegou num dos bancos daquela igreja, que não era tão pequenina e devia está abrigando pelo menos umas duzentas pessoas, dentre as quais, deveria está aquela que o entorpeceu com o seu sorriso. Paulo suava, era noite de verão, ventava muito devido a proximidade do litoral e a temperatura devia está na casa dos 28 graus, isso não implicava naquele suor todo, tinha algo de diferente desabrochando naquele corpo jovial.
Lá por volta das 10:30hrs, os trabalhos se encerraram e Paulo já quase sem esperanças, pode ver... Embora diferente, vestia ela, um longo vestido com estampas em rosas vermelhas, que lhe cobriam os tornozelos e não parecia caminhar, mas sim bailar pelo corredor. Logo atrás dela, um excêntrico casal que imaginara serem os seus pais.
Então Paulo sentiu uma sensação horrível de que poderia ter findado ali a sua chance de conhece-la e assim sendo foi retirando-se cabisbaixo e, quando já descia uma pequena escada de apenas 5 degraus, ouviu a mesma voz daquele “oi”, que desta vez disse-lhe: - Boa noite! Paulo não sabia o que responder, tamanha era a sua alegria e também imenso o seu medo, ele nunca havia abordado uma jovem que requeresse certa sofisticação de palavras e além do mais, ele queria muito impressioná-la. Mas como nada sairia de sua garganta espontaneamente, ele então balbuciou: - Boa noite! Isso bastou para que ela lhe perguntasse: - Aqui vocês tem floricultura? Eu queria tanto ornamentar a igreja para o culto de amanhã! Ele um pouco desapontado respondeu-lhe: - Temos não, mas se você aceitar, eu posso conseguir algumas flores com a ajuda de amigos da vizinhança!
Ela hesitou um pouco pensativa e depois disse: pode ser talvez! Mas você não estará ocupado amanhã?
Paulo apressou-se em dizer que não teria problema algum em ajuda-la. Assim sendo, combinaram de se encontrar na manhã seguinte, bem cedo, para buscarem as flores.
Despediram-se, uma vez que os seus pais a chamou para se recolherem, pois haviam viajado quase que por um dia inteiro.
Logo que amanheceu, chegou Paulo próximo do pátio da igreja, sem saber de onde sairia àquela moça, que na verdade, nem o nome ele ainda sabia.
Um pouco mais tarde, para sua surpresa, descia ela, pois havia dormido no saguão da igreja e não em um dos ônibus como ele havia imaginado.
Bom dia! Disse ela, sem imaginar que Paulo sequer havia dormido, tamanha era a sua vontade de está com ela novamente.
Bom dia! Ele respondeu ao dirigir-se para o carro, abrindo aporta e dizendo logo: Vamos?
(2) parte