The Love Between Us: 2- Nova casa temporária

Megan tentava segurar a barra do fim de um relacionamento e falta de um lugar para morar. Seu emprego era a única coisa realmente firme em sua vida no momento, o que era bom, pois sem isso ela teria de voltar para o Brasil. Sua amiga e o marido não pareciam nada incomodados com sua presença, mas algo dentro dela gritava para ela arrumar logo um lugar para viver.

—Um mês, Vi. Já estou há um mês na sua casa e não encontro um lugar pra mim.

—Você sabe que pode ficar o tempo que precisar conosco.

—O pobre do Mouris tem de passar o dia trancado no escritório já que sua filha tem alergia e você tem de escrever na cozinha já que estou morando no seu escritório.

—Eu não estou reclamando. Na verdade, eu gosto de escrever na cozinha, ficar perto da comida é sempre bom. – Ela sorriu para Megan. – E seu gato é um fofo.

—Tive de viajar até Londres para encontrar a melhor amiga do mundo!

—Sou mesmo a melhor.

—Você é muito boa pra mim.

—Você que exige muito de si. Megan, achar casa em Londres, mesmo para dividir com alguém, é difícil.

—Eu sei, só nunca pensei que seria tão difícil assim.

—Só tenha paciência.

—Vou tentar. Uma cerveja depois do trabalho?

—Com certeza!

Elas foram para um pub, se divertiram muito, foram para casa e assistiram a um filme antes de irem dormir. Tudo ia bem até uma manhã de terça-feira quando Viola teve de sair correndo do trabalho para o hospital, sua mãe havia caído no banheiro e estava com a bacia fraturada. Com duas filhas adolescentes, uma grande parte da casa em reforma e agora a mãe doente. A vida dela também não era um mar de rosas e Megan se sentia ainda pior de ficar ali.

A mãe de Viola teria de ir morar com ela até melhorar, porém não havia quartos disponíveis e nem o escritório. Ela se sentia mal, mas teria de pedir para Megan dormir na sala ou algo assim e nem tinha ideia do que fazer com o gato.

—Megan, nós precisamos conversar. – Ela disse sentando na cadeira da escrivaninha perto do sofá-cama.

—Eu vou para um hotel.

—O que? Você não pode pagar um hotel.

—Eu tenho algumas economias.

—Que vão acabar em um piscar de olhos se você for para um hotel. Esse dinheiro é para você comprar sua casa e não para passar uns dias em um hotel.

—Só até eu arrumar uma casa para morar e sua mãe precisa ficar aqui, não vou empatar isso.

—Nunca achei que fosse. Megan, primeiro: você não vai para um hotel; segundo: eu vim para vermos a melhor solução para todos incluindo o gato. Pensei em você dormir na sala por um tempo, até o outro quarto ficar pronto.

—O quarto que sua filha de treze anos sonhou por tanto tempo? Não.

—Você passou um mês aqui e não encontrou nada. Se for para um hotel, você vai gastar tudo que tem e ainda pode não encontrar nada. No fim teria de voltar para o Brasil e não vou deixar isso acontecer. Você é minha melhor amiga e a quero perto de mim. Eu estou muito velha para conseguir repor você.

—Ok. Porém não posso ficar aqui, você já tem muito nas costas.

—Eu tenho uma ideia, mas não sei se vai gostar.

—O que?

—Minha tia trabalha na casa desse homem, ele viaja muito a trabalho e tem um quarto nos fundos, perto da cozinha, que é sempre vazio.

—Sua tia vai falar com ele para eu ficar lá?

—Não exatamente!

—O que? Você quer que eu invada a casa de alguém? Você é maluca?! Eu seria deportada.

—Ele não vai descobrir; como eu disse: o cara viaja muito. Passa mais da metade do ano fora do país. Sério, não tem erro.

Megan ficou em dúvida, porém não tinha outra opção. Elas falaram com a tia da Vi que obviamente detestou a ideia, mas não conseguia negar algo para a sóbria, então levou Megan até lá.

—Eu vou deixar a chave com você. Sempre entre pelos fundos, aqui é o quarto que deve ficar.

—É um belo quarto e perto da cozinha, isso é bom.

—Não brinque, se ele descobrir...

—Você é demitida e eu deportada. Acredite em mim, não quero que descubra.

—Sua mudança tem de ser feita aos poucos.

—Por quê?

—Porque, se não reparou, tem paparazzis lá fora.

—Ok. Só vou trazer umas roupas e meu gato por enquanto. Tem certeza que ele vai demorar a voltar?

—Ele viaja muito a trabalho e acabou de ir para os Estados Unidos, não deve voltar tão cedo.

—Certo. Obrigada.

—Não faço por você e sim pela minha sobrinha. – Ela saiu após dizer isso, deixando as chaves no balcão da cozinha.

—Simpática!

Megan começou a andar pela casa, era bem grande e aconchegante. Cheia de livros, algumas obras de arte e fotos. Ela foi olhar algumas, então se deu conta de quem era aquela casa. Megan correu para pegar o celular e ligou imediatamente para a amiga.

—Vi, você me fez invadir a casa do ator Thomas Norman? O cara que eu sou fã. Com quem sonho há anos?

—Eu não sabia que era tão fã assim, mas é a casa dele.

—Oh meu Deus!

—O que? Não faz diferença de quem é a casa, apenas fique aí até encontrarmos um lugar para você.

—Eu estou sentada na cozinha do Thomas Norman!

—Ok. Não surta. Toma um chá e vá dormir, amanhã damos um jeito de levar as suas coisas.

—Sua tia disse...

—Eu sei o que ela disse, porém minha tia se preocupa muito com pouca coisa. Vai dá tudo certo.

—Você não está me acalmando.

—Chá e cama. Vai.

—Ok. Até amanhã.

—Até.

Megan desligou e procurou um chá para fazer: "Eu vou repor, não estou roubando". Ela foi dormir, mas não foi uma tarefa fácil, voltou para a sala, deu uma olhada nas fotos e acabou dormindo no sofá imaginando as histórias por trás daqueles retratos.

ALANY ROSE
Enviado por ALANY ROSE em 21/04/2017
Código do texto: T5977406
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