O amor de Luísa não veio
- três vezes Luísa e você ainda acha que ele virá? Provavelmente já seja conhecida naquela estação de trem.
Luísa parece não ouvir Cecília e continua a se arrumar.
Moça simples, nascida no interior e criada na cidade grande.
De pouco falar e criação rígida, foi crescendo sem abandonar a 'menina' que sempre existira em seu coração.
Conheceu Pietro na casa de Cecília; uma grande amiga. Ele e Jean, ( namorado de Cecília), eram amigos. Pietro estava passando uns dias de férias no Brasil, (era italiano) e foi (amor/paixão), a primeira vista. Garboso; alto, esguio, cabelos negros, pele alva, sorriso que parecia o sol em dias de outono. Tinha um cheiro bom, olhar penetrante e sedutor. Nada tinha em comum com a doce Luísa.
Foram apresentados e ele ( como todo bom conquistador), se disse encantado.
Eles se olharam durante quase toda festa. Era aniversário de Jean, e Cecília havia feito uma surpresa.
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- amiga, se eu pudesse lhe prenderia no pé da mesa, mas você é 'bem grandinha' para tamanha atitude.
- ei, não sou um cãozinho!
Luísa brinca com a fala da amiga.
- Ciça, eu sei que você tem todos os motivos para se preocupar comigo e eu lhe dou esse direito, por me conhecer melhor que qualquer pessoa nesse mundo.
- Lu, você é uma pessoa incrível, merece ser feliz com alguém 'real' e não da realeza!
- só você mesmo, para me fazer rir e descontrair.
- e aí como estou?
Luísa dá uma 'voltinha'.
- está linda 'bonequinha', como dizia seu ex.
- .Ainda dá tempo de desistir.
- não vou desistir amiga.
- tudo bem. Eu tentei! Desejo-lhe tudo de mais maravilhoso e se por acaso, ele não vier ( de novo), estarei aqui, para não lhe julgar e dar meu ombro amigo, sem nada falar.
- eu sei disso! Por isso e mais um monte de outras coisinhas eu a amo tanto. Vou descer, o carro está chegando.
- qualquer coisa, grita, que eu saio correndo para lhe socorrer.
Elas se abraçam e Cecília beijá-a na testa.
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Na estação de trem, Luísa aguarda com a malmequer nos cabelos e o vestido branco, presentes dados por Pietro.
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Luísa esperou por Pietro uma vida inteira; vinte e cinco anos depois, ela conta a mesma história, sem tirar, nem pôr uma vírgula.
26/03/2017 domingo 10:50