Na sala de espera do aeroporto, um homem contempla a beleza feminina por trás do manto: um rosto lindo, salpicado de sardas, e olhos esverdeados  separados por delicada formação cartilaginosa, sobre a qual se podia dizer: ‘oh, que nariz bonito!’ Bonito também deveria ser aquele corpo coberto por longas vestes — uma freira — quanta beleza guardada nas dobras do manto!
— Morgana Napoleone! É você?
A freira  sorriu docemente.
— Meu nome é Paola Rhoden Napoleone... Quero dizer: irmã Paola e fechou o livro que estava lendo.
Américo passou as vistas, ligeiramente na capa do livro.
— Essa foto...
Não concluiu a frase e Paola completou:
— Foi a última vez que estive com meu pai. Eu tinha dezessete anos. Pouco tempo depois, ele morreu.
***

Adalberto Lima, trecho de Estrada sem fim...