Primeiro Amor

Por: Itaira Barbosa Cesar

Quem nunca teve o seu primeiro amor, aquele que no despertar de nossa adolescência nos faz tremer de emoção, pelo simples fato de ... olhar nos olhos dele. O coração bate descompassado, as pernas tremem e uma onda de sensações nos envolve. É lindo, é mágico! É apenas o sentir, sem passado, sem futuro. É parar no tempo.

Ela viveu um amor assim. Na pequena cidade do interior, todos os sábados se arrumava com seu melhor vestido, para se fazer bonita para ele, e quem sabe, com sorte, dançarem juntos, pois ele mais trocava olhares que se aproximava. Mas, uma noite, além de dançarem, ele a levou em casa; caminhavam sob o céu estrelado e a claridade imensa da lua que os acompanhava. Seu coração parecia explodir de tanta felicidade, tinha a impressão de que não estava andando, mas volitando nas nuvens ao seu lado. Seu lindo amor estava ali, todo seu, ao alcance de sua mão. Era tudo perfeito e maravilhoso!

Chegando ao portão, ele docemente tenta beijar sua donzela, mas ela ofendida, dá-lhe um tapa no rosto e entra apressada. Como pode fazer isto, ela, moça direita, pura, e todos os preconceitos que lhe foram ensinados vieram a sua mente. Beijar, só se fosse namorar para casar, e olhe lá... era como se fosse um pecado terrível. Ainda ouve ele a dizer ofendido e sobressaltado - nem meu pai nunca me bateu!

Este fato os distanciou, seguiram suas vidas. Ele foi estudar na cidade grande, assim como ela, que continuou nutrindo o mesmo amor, mas focou sua vida no trabalho e estudo.

Passaram-se alguns anos, e ele a procura e convida-a para sair. Seu coração se enche de esperança de que a peça em namoro e diga que também a ama. Mas, que grande desilusão, seu amado lhe pede uma prova de seu amor, que naquela época, era se entregar, fazer sexo. Mais uma vez a menina, agora mulher, ainda cheia de preconceitos, não atende ao seu pedido; pois fora lhe ensinado que deveria casar virgem, de vestido branco, que significava a pureza da noiva. Sua virgindade continuava guardada a sete chaves para oferecer como um troféu ao seu eleito.

Sofreu, chorou muito, foi uma desilusão enorme, mas eram suas convicções. Guardou com carinho este amor desencontrado, sem nunca ter sabido se ele a amava, pois o importante mesmo, era estar amando.

Seguiu sua vida, seus caminhos nunca mais se cruzaram, ela continuou esperando seu príncipe encantado, que um dia chegou. Já faz tanto tempo, tantas pedras rolaram...

Ela conquistou o amor que tanto queria, tanto esperava... E tudo valeu a pena...

itaira
Enviado por itaira em 12/02/2017
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