Um Amor e Um Mistério – FINAL

A mãe de Hugo continuava a alfinetar.

- Fez bem em colocar aquele encosto pra fora filho.

- Sei não mãe. Não sei não. Acho que eu não devia ter virado as costas pra ela desse jeito.

- Esquece essa moça Hugo. Segue a sua vida, vai viver.

- Eu não sei se eu consigo viver sem ela não.

- Tenho certeza que vai conseguir. E vai ser muito feliz.

A mãe de Hugo não conteve a felicidade em ver o rompimento da relação do filho com Betina.

Hugo, por sua vez, nutria sentimentos de saudade, revolta e arrependimento.

Meio dia. A hora havia chegado. Betina estava em casa quando ouviu a porta bater.

- O que você ta fazendo aqui Romão? Como você entrou aqui? – disse Betina.

- Você achou que eu não viria né? Achou que eu ia perdoar a sua dívida Betina? – perguntou Romão com ar de deboche na voz.

- Eu não tenho dinheiro Romão. Sai da minha vida. Eu vou chamar a polícia.

- Ah, boa idéia chamar a polícia. Vai falar o que? Que pegou dinheiro com um agiota, com um bandido e que não pagou? Se eu for preso, eu te levo comigo.

- Agiotagem é crime. Você não vai escapar da prisão.

- Como você é ingênua garota. Você acha mesmo que eu vou pra cadeia? Você não assiste TV? – ironizou Romão.

- Sai daqui Romão, ou eu não respondo por mim – disse Betina atirando um vaso de vidro contra a parede.

Na casa de Hugo...

Hugo estava tentando ligar para Betina.

- Droga, caixa postal. Já liguei milhões de vezes e ela não me atende – disse Hugo.

- Filho, o almoço já esta na mesa. Fiz o seu prato predileto.

- Eu to sem fome mãe.

- Sem fome meu filho? Ah, não! Ainda pensando naquela fulana? – disse a mãe de Hugo ao ver algumas fotos de Betina sobre a cama do rapaz.

- Olha mãe, a senhora vai me desculpar, mas... Não vou conseguir esquecer ela não. Por mais que eu tente, por mais que... Eu faça algum esforço, não vai ser possível apagar ela da minha vida. Um amor não se esquece.

- Meu Deus, essa menina te enfeitiçou, ela virou sua cabeça de tal maneira que...

- Almoça sozinha ta bom mãe. Eu vou sair. Vou resolver essa história, não vou ficar aqui parado.

Hugo estava indo ao encontro de Betina, sem saber o que ia encontrar.

Na casa dela, a tensão só aumentava.

- Eu te dei todas as oportunidades, todas as chances pra você me pagar. E você me fez de bobo, achou que poderia brincar comigo.Quando a sua mamãezinha estava lá, nas últimas, você veio correndo pedir dinheiro, falando manso. E eu cai na sua conversa.

- Para com isso Romão. Olha, vamos conversar. Me matar não vai resolver nada – disse Betina.

- Conversar? Eu não quero conversar, eu não sei conversar.

- Abaixa essa arma, pelo amor de Deus.

- Isso, chora. Chora!!! Implora pela sua vida – berrou Romão.

- O que ta acontecendo aqui? – disse Hugo chegando de surpresa.

Hugo chegou e viu Betina ajoelhada com as mãos e amarradas com uma corda e uma arma apontada para a sua cabeça. O clima estava tenso e pesado. Qualquer atitude errada poderia colocar a vida da mocinha em risco.

- Ora, ora. O príncipe veio salvar a princesa. É muito amor mesmo. É uma pena que você vai ter que assistir o triste fim da sua namoradinha rapaz.

- Larga essa arma cara, vamos conversar. Eu pago a dívida da Betina. Mas solta ela.

- Agora nada mais importa. O prazo venceu. Pensando bem, se você ficar vivo, não suportaria a dor de ficar sem sua amada não é mesmo? Seria muito cruel com você. Então... como eu sou uma boa pessoa, vou matar vocês dois, vão morrer juntos e terminar de viver esse romance bem longe daqui, lá no inferno.

Romão golpeou Hugo na cabeça e consegui desmaiar o rapaz. Amarrou Hugo e Betina juntos. Um de costas para o outro.

- Para com isso Romão.

- Larga disso cara. Isso não é vida, ainda tem tempo de você se arrepender.

- Cala essa boca, os dois. Nada que vocês falem vai resolver alguma coisa. Eu não vou matar vocês com um tiro não. Poder ser muito dolorido. Vocês vão morrer de um jeito diferente.

Romão saiu do recinto por um momento. O casal foi feito refém em um cômodo da casa onde Betina costumava guardar ferramentas, materiais de jardinagem entre outras coisas. Era um lugar pouco iluminado. Cheirava a mofo e tinha infiltrações.

- Gasolina. Vocês vão morrer tostados pelo fogo ardente da paixão. – disse Romão espalhando o líquido inflamável ao redor do casal.

- Não. Pelo amor de Deus. Para!!! – agonizou Betina.

- Adeus! – disse Romão lançando um fósforo aceso na gasolina.

Romão fugiu e deixou o casal ali. O fogo rapidamente se alastrava e tomava conta do local. Estava muito quente. Havia muita fumaça. Betina tossia muito e com a voz um pouco fraca tentava gritar por socorro. Hugo tentava se soltar da corda.

As chamas estavam bem próximas de Hugo e Betina. Em um ato de heroísmo, coragem, bravura e principalmente amor, Hugo conseguiu soltar a corda e tirar Betina dali. Saiu carregando a moça nos braços. O fogo era intenso e avassalador. A rua estava cheia. Toda a vizinhança estava aflita. Os bombeiros chegaram. Betina estava desacordada. Não reagia. Foram levados para o hospital.

Alguns dias depois...

- Eu tive tanto medo de morrer amor. Eu só pensava em você.

- Já passou. Tudo aquilo acabou. Agora só existe eu e você, e o nosso amor – finalizou Hugo beijando apaixonadamente a sua amada.

- Mas você sabe que isso tudo serviu pra ensinar muita coisa sabia. Me perdoa ta. Por tudo.

- Não fala nada não, ta bom. Só me beija – disse Hugo.

Hugo e Betina reataram e viveram sua história de amor.

Romão foi preso um tempo depois.

Fim.

Luccas Nascimentto
Enviado por Luccas Nascimentto em 11/02/2017
Código do texto: T5909287
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